plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
POSICIONAMENTO

Ciro Gomes adia decisão sobre quem vai apoiar no 2º turno 

Em comparação à eleição presidencial anterior, Ciro teve forte queda. Em 2018, obteve 13,3 milhões de votos (12,5% do total). Agora, também perdeu o terceiro posto, superado por Simone Tebet (MDB).

Imagem ilustrativa da notícia Ciro Gomes adia decisão sobre quem vai apoiar no 2º turno  camera Nas outras três eleições que disputou, Ciro sempre terminou em primeiro lugar no estado. | Divulgação/PDT

Após terminar o primeiro turno em quarto lugar, Ciro Gomes (PDT) adiou por "algumas horas" o anúncio sobre seu posicionamento para o segundo turno. "Nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação", disse ele na noite deste domingo (2).

"Por isso, peço a vocês mais algumas horas para conversar com meus amigos, conversar com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho, o melhor equilíbrio para bem servir a nação brasileira", continuou o candidato, que teve cerca de 3,5 milhões de votos, ou 3% do total.

Em comparação à eleição presidencial anterior, Ciro teve forte queda. Em 2018, obteve 13,3 milhões de votos (12,5% do total). Agora, também perdeu o terceiro posto, superado por Simone Tebet (MDB).

Lula vira sobre Bolsonaro e eleições vão para 2º turno

Mais cedo, após votar em Fortaleza, indicou que essa deve ser sua última eleição como candidato, ganhando ou perdendo. "Se vencer não tentarei a reeleição, trabalharei para o fim dela. Se perder, quero ajudar os jovens a pensar o Brasil. Tudo pode mudar, quero deixar registrado, mas hoje penso que é a minha última eleição, quero ficar e curtir meus filhos e meus netos", disse ele.

O pedetista também amargou uma derrota no Ceará, seu berço político, onde ficou em terceiro lugar, com 6,73% dos votos. Seu candidato ao governo estadual, Roberto Cláudio (PDT), com 14,13%, foi derrotado pelo petista Elmano de Freitas já no primeiro turno. O eleito obteve 53,51% dos votos.

Nas outras três eleições que disputou, Ciro sempre terminou em primeiro lugar no estado. Em 1998, registrou 34,2% –Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 32,8%, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), 30,3%.

Quatro anos depois, quando o petista foi eleito pela primeira vez à Presidência, o pedetista registrou 44,5% dos votos em seu reduto, ante 39,4% de Lula. Em 2018, Ciro conquistou 40,95% no estado, seguido de Fernando Haddad (PT), com 33,1%, e de Jair Bolsonaro (PL), com 21,74%.

Lula ganha de "7 a 1' de Bolsonaro em Paris

Com dificuldade de forjar alianças devido ao cenário de polarização, a campanha de Ciro apostou, nas últimas semanas, em ataques ao ex-presidente Lula e no discurso contra a bandeira do voto útil, o que gerou reações de apoiadores e de integrantes do PDT. Diante da chance de vitória petista no primeiro turno, apoiadores famosos de Ciro, como os cantores Caetano Veloso e Tico Santa Cruz, declararam voto em Lula como estratégia para evitar que a disputa com Bolsonaro chegasse ao segundo turno.

O movimento de tirar votos de Ciro foi incentivado pelo PT e suscitou forte reação na reta final, levando o candidato a lançar uma carta manifesto endereçada à nação brasileira em que reafirmou sua candidatura à Presidência, apesar da "campanha de intimidação, mentiras e de operações de destruição de imagens" da qual foi vítima, segundo o texto. No mesmo dia, Caetano lançou a iniciativa "tira Ciro" nas redes sociais.

Guiado pela estratégia de tentar furar a bolha bolsonarista e a polarização política, Ciro foi a programas que dialogam com eleitores de centro-direita e de Bolsonaro nas últimas semanas de campanha.

No início de setembro, deu entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, emissora considerada a voz do bolsonarismo, em que declarou que "Lula tinha filho ladrão e Bolsonaro tem filho respondendo por coisas de corrupção". A fala foi alvo de ação na Justiça por parte da família do ex-presidente.

Helder é o governador mais votado da história do Pará

Ele também concedeu entrevista de duas horas ao programa do podcaster e youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, desligado do Flow após defender o direito de existência de um partido nazista.Na conversa, Ciro disse que "Lula sempre foi fascistóide". O pedetista explicava sua proposta de taxar grandes fortunas quando atacou o adversário. "Qual é meu problema? Os super-ricos sabem que eu defendo isso e estão matando a pau porque não tenho nem o direito de ser candidato. Se depender do fascismo de esquerda, nem direito de ser candidato, para o povo ter uma opção, eu devo ter."

As reações da esquerda fizeram com que ele recebesse apoio de parte da direita e apelidos como "Bolsociro" e "Cironaro". As piadas que sugeriram uma guinada à direita de Ciro ganharam força após o penúltimo debate, no SBT, quando ele foi flagrado cochichando ao pé do ouvido de Bolsonaro no intervalo.

Desde a convenção nacional em que seu nome foi confirmado como candidato do PDT à Presidência, Ciro já vinha equiparando o petista a Bolsonaro. A estratégia de se aproximar do eleitor de centro-direita, porém, não se mostrou eficiente, e o candidato do PDT oscilou entre 7% e 9% das intenções de voto nas pesquisas realizadas pelo Datafolha ao longo da campanha. Terminou a corrida com 3%.

Embora tenha se colocado como o único presidenciável com um plano de governo robusto para debater, a campanha do pedetista acabou dando mais espaço aos embates com os adversários políticos.

Na reta final, uma esquete em que dois ladrões conversam sobre o país foi veiculada no canal Ciro TV, no YouTube, criado pela campanha para tentar contornar o pouco tempo de TV, consequência da falta de articulação para se aliar a outros partidos. Ciro também mostrou dificuldade em dialogar com os mais pobres, principalmente ao comunicar suas críticas ao modelo econômico adotado pelos últimos governos.

Em uma agenda no Rio com a presença de empresários, disse ser um "serviço pesado" explicar seu diagnóstico e suas propostas para a economia do país a moradores de favelas. A declaração foi alvo de críticas nas redes sociais e depois rebatida pelo pedetista, que afirmou estar sendo alvo de hipocrisia.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Política

Leia mais notícias de Política. Clique aqui!

Últimas Notícias