Envolvido em polêmicas desde antes de assumir a Presidência em 2019, Jair Bolsonaro (PL) montou uma equipe ministerial que também foi destaque em outros episódios por suas falas e opiniões controversas.
A mais recente polêmica de figuras ligadas diretamente ao presidente e candidato à reeleição diz respeito a uma fala da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Ela, que foi eleita senadora do Distrito Federal no dia 2 de outubro, citou supostos casos de estupro de bebês e sexo anal em crianças no Pará para defender políticas da gestão de Bolsonaro.
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Discursando dentro de uma igreja evangélica da Assembleia de Deus em Goiânia-GO, Damares defendeu que "o inferno se levantou contra Bolsonaro", antes de falar sobre supostos casos chocantes descobertos enquanto esteve a frente da pasta ministerial.
“Bolsonaro tem uma compreensão espiritual que vocês não têm ideia. Fomos para a Ilha do Marajó e descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá, e que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”, disse.
“Nós temos imagens de crianças nossas, brasileiras, de 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, continua a ex-ministra bolsonarista.
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Além disso, Damares conta que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos armazena imagens de estupro de crianças. “Eu descobri que, nos últimos sete anos, explodiu o número de estupros de recém-nascidos. Nós temos imagens, lá no ministério, de crianças de oito dias sendo estupradas; um vídeo de estupro de crianças custa entre R$ 50 mil e R$ 100 mil”, conta.
As falas chocantes foram usadas como argumento para justificar o suposto “maior programa de desenvolvimento regional do País” na Ilha do Marajó, segundo Damares.
Chama a atenção no discurso da ex-ministra que tais informações nunca foram repassadas à imprensa, nem sequer foi anunciada qualquer prisão de pessoas pelos crimes brutais citados por ela.
Outro ponto importante a ser destacado é a falta de envolvimento de demais órgãos em possíveis investigações acerca destes casos, o que levanta suspeitas sobre a veracidade da fala de Damares e instiga sobre um possível uso de crimes chocantes como "promoção eleitoreira" às vésperas do segundo turno das Eleições 2022.
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