O deputado federal José Guimarães (PT-CE) anunciou neste domingo (4), em rede social, a presença de Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, na cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro de 2023, em Brasília. Pouco depois, apagou a publicação.
"Barack Obama, ex-presidente dos EUA, confirma presença na posse do Lula, em 1º de janeiro", escreveu Guimarães no Twitter. A afirmação já havia sido postada mais cedo por contas não verificadas. Procurado, ele não respondeu até a publicação da reportagem. A assessoria de Lula disse "não ter essa informação".
Um dos vice-presidentes do PT, Guimarães é membro da executiva nacional da sigla, foi um dos principais coordenadores da campanha de Lula e participa da equipe de transição no grupo de centro de governo.
Lula era presidente do Brasil quando Obama tomou posse nos EUA, em janeiro de 2009. Em abril daquele ano, em cúpula do G20, Obama chegou a dizer que Lula era "o cara" e "o político mais popular da Terra".
Meses depois, durante entrevista coletiva na Casa Branca, Obama voltou a elogiar o líder brasileiro. "O presidente Lula tem uma orientação política muito diferente da maioria dos americanos", disse. "Ele surgiu do movimento sindical e era visto como um forte esquerdista. Ele se mostrou uma pessoa muito prática, que, apesar de manter relações com todo o espectro político da América Latina, realizou todos os tipos de reformas de mercado inteligentes que fizeram o Brasil prosperar", afirmou o americano na época.
Em um trecho do livro "Uma Terra Prometida", lançado em novembro de 2020, Obama fez comentários sobre Lula, afirmando que sabia de suspeitas de corrupção no governo do petista.
"O presidente brasileiro, por exemplo, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha visitado o Salão Oval em março, causando boa impressão. Ex-líder sindical grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por protestar contra o governo militar e eleito em 2002, tinha iniciado uma série de reformas pragmáticas que fizeram as taxas de crescimento do Brasil dispararem, ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para milhões de cidadãos mais pobres" escreveu.
"Constava também que tinha os escrúpulos de um chefão do Tammany Hall, e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões." O Tammany Hall citado por Obama é uma organização política fundada no fim do século 18 e associada a corrupção e abuso do poder em Nova York, com forte influência no braço local do Partido Democrata.
Dos Estados Unidos, a equipe de transição espera receber a vice-presidente Kamala Harris ou o próprio presidente Joe Biden. A Casa Branca ainda não confirmou quem representará o país na cerimônia.
Nesta segunda-feira (5), a equipe de Lula tem um encontro com representantes do governo Biden para discutir a data de sua viagem aos Estados Unidos. Segundo o petista, a ida a Washington, caso seja confirmada, deve acontecer após sua diplomação, programada para o dia 12 de dezembro, em Brasília.
Entre as autoridades que devem comparecer à cerimônia de posse está o presidente da Argentina, Alberto Fernández. A presença do líder do país vizinho foi informada pelo embaixador no Brasil, Daniel Scioli, na quinta-feira (1º), no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) -sede do governo de transição.
A expectativa do gabinete de transição do governo é a de que 300 mil pessoas participem do evento. A estimativa foi atualizada depois do anúncio feito pela futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, de realizar um festival no dia da cerimônia. Na quarta (30), Janja divulgou a lista de artistas confirmados, entre os quais Pabllo Vittar, Fernanda Takai, Valesca Popozuda e Chico César.
As apresentações artísticas devem começar às 11h e serão espalhadas em dois palcos montados na Esplanada dos Ministérios. Os shows devem ser interrompidos perto das 14h, quando está previsto o início da posse. Lula e Janja devem desfilar em carro aberto, no Rolls-Royce presidencial. A equipe de transição ainda avalia qual carro será usado por Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin.
Entre os corredores estavam dois ucranianos que fugiram do país devastado pela guerra e disseram estar "sobrecarregados" depois de participarem do Santa Dash.
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