"Sofrendo demais", diz tio de paraense presa no Líbano

A confirmação de que um casal que havia supostamente desaparecido durante uma viagem de carro entre o interior do Rio Grande do Sul e a cidade de São Paulo, na verdade, estava presos no Líbano, acusado de tráfico internacional de drogas, devastou a família da paraense Juliana Nunes do Nascimento, de 31 anos.

A paraense foi detida após desembarcar no Aeroporto Internacional de Beirute ao lado do marido, Igor Antônio dos Santos Cabral, 26, transportando cada um meio quilo de cocaína em seus estômagos. Segundo um tio de Juliana, que preferiu não ser identificado, os familiares estão em estado de choque e aguardam o esclarecimento da situação para tentar provar a inocência dela.

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"Estamos a base de medicamento, sofrendo demais, sem entrender o que está acontecendo. Nossa sobrinha é de família humilde, de bom coração, e nunca, nunca se envolveu com nada de errado. Sempre foi estudiosa, batalhadora, ajudava a família. Nós não sabemos a causa e o motivo de ter acontecido isso. Não estamos acreditando em tudo que estamos vendo. Ela saiu de Belém, saiu em busca de sonhos, de trabalhar, de uma uma vida melhor. Conheceu um rapaz, se apaixonou e daí não sabemos o porque aconteceu tudo isso", desabafou o tio de Juliana, em áudio enviado à reportagem da RBATV.

O homem afirmou que está ciente de que a sobrinha cometeu um crime grave e que terá que arcar com as conseguências de seus atos. No entanto, disse não considerar justa a forma como a família do marido de Juliana vem tratando o caso.

"A saudade dói, vontade de dar um abraço e de dizer 'estamos aqui, você cometeu um erro sim e, infelizmente, vai ter que pagar da pior forma possível', mas não achamos justo o que a família do rapaz está dizendo, jogando toda a culpa nela. Os dois são grandinhos, eles tomaram a decisão, eles erraram e vão pagar caro por uma besteira, por um erro. A vida é complicada, é dura, mas não justifica", comentou.

Sobre o andamento do caso, ele informou que até o momento a família segue às escuras, uma vez que não conseguiu contato com os brasileiros, que correm o risco de pegarem uma pena de até 8 anos de prisão em território libanês.

"Nós estamos muito abalados, muito abalados. Não temos notícia nenhuma. O pouco que sabemos é da irmã do rapaz, irmã do Igor. O consulado brasileiro, ninguém entrou em contato com a gente. As autoridades locais, ninguém entra em contato com a gente. Estamos sem rumo, sem saber o que fazer, só supondo, pensando no que fazer, mas sem saber o que fazer. Nós estamos perdidos, sem saber o que fazer", finalizou.