O Paysandu e sua torcida vivem dias de euforia e expectativa pela conquista do tão sonhado acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Este próximo fim de semana será decisivo para o time comandado por Hélio dos Anjos, que pode conseguir a classificação antes mesmo de entrar em campo.
Nos bastidores, porém, uma decisão judicial caiu como uma bomba para os torcedores, em especial aqueles que acompanham o Paysandu há anos. Um dos maiores ídolos da história do clube alviceleste foi condenado na Justiça do Pará.
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Trata-se de José Róbson do Nascimento, mais conhecido como Robgol. O ex-atacante bicolor foi julgado e condenado, em primeira instância, a mais de 35 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro durante o período em que ele foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), entre 2006 e 2010.
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O esquema criminoso teria sido operado a partir de 2008 e ficou conhecido como "Máfia dos Contracheques". A decisão judicial com a condenação de Robgol foi publicada no último dia 18 de setembro e também cita outros 13 servidores da Alepa que tiveram participação nas fraudes em folhas de pagamento.
Na época das investigações, o ex-deputado chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão, na qual foi apreendida a quantia de R$ 457 mil em espécie, bem como cerca de R$ 40 mil em vale-alimentação da Alepa.
O ESQUEMA
- Na decisão judicial de 145 páginas, expedida pelo juiz de Direito Lauro Fontes Júnior, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA), são reconhecidas as acusações contra os operadores da "Máfia dos Contracheques".
- No esquema, salários de funcionários fantasmas — ou seja, pessoas que não trabalhavam efetivamente na Alepa, mas tinham o nome registrado nas folhas de pagamento — eram divididos entre os integrantes da "máfia".
- Toda a operacionalização do esquema criminoso estaria sob a responsabilidade de Jorge Moisés Cadah. Já a ex-servidora Mônica Alexandra da Costa Pinto, que era lotada na Seção de Pagamentos, fazia a alimentação de dados falsos no sistema automatizado que realizava a emissão dos contracheques.
OS FUNCIONÁRIOS FANTASMAS
As investigações apontaram que pessoas eram convencidas a ceder seus documentos pessoais para integrarem o esquema e serem inseridas nas folhas de pagamento da Alepa. Entre os benefícios oferecidos a elas, estavam promessas de emprego e doação de cestas básicas.
“Em verdade, seria a partir dessa fonte de dados que enxertos inverídicos eram feitos à folha de pagamentos da Alepa, permitindo-se a extração de grande soma de dinheiro ilegalmente. Organizados e dividindo tarefas, cabia ao servidor Sérgio Duboc, enquanto diretor da Alepa, manter a interface com a instituição financeira, de tal sorte que essas remunerações indevidas pudessem ser sacadas”, escreveu o juiz Lauro Fontes Júnior na decisão.
OS CONDENADOS
- José Robson do Nascimento "Robgol"
- Mônica Alexandra da Costa Pinto
- Maria Genuína Carvalho de Oliveira
- Jorge Moisés Caddah
- Danielle Naya Xavier Hage Gonçalves
- Semel Charone Palmeira
- Sérgio Duboc Moreira
- Daura Irene Xavier Hage
- Edmilson de Sousa Campos
- Adailton dos Santos Barboza
- Elzilene Maria Lima Araújo
- Elenise da Silva Lima
- Fernando Augusto de Carvalho Rodrigues
- Mylene Vania Carneiro Rodrigues
Os réus foram condenados por diversos crimes, entre eles associação criminosa, peculato, estelionato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como a condenação foi em primeira instância, os réus ainda podem recorrer da decisão judicial.
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