Com a aproximação das eleições municipais, manobras políticas aumentam, assim como o anúncio de novas pré-candidaturas. Em Belém, a situação se mostra cada vez mais turbulenta, em especial no partido do prefeito Edmilson Rodrigues, o PSOL. Mesmo com alta rejeição na capital, o partido aprovou, no final do ano passado, a candidatura do prefeito à reeleição, o que não agradou algumas alas do partido, em movimento encabeçado pela vereadora Professora Silvia Letícia.
A vereadora, então, lançou a pré-candidatura à eleição em fevereiro, ocasionando no avanço de um processo interno contra ela, que já corria desde o início de janeiro, pedindo medidas disciplinares por "infidelidade partidária".
No procedimento, que corre na comissão de ética do partido, afirma-se que ela serve de "âncora" para o avanço da direita e ataques à atual gestão na capital, com posições contrárias à orientação partidária na Câmara Municipal.
Em nota publicada ainda em novembro, quando foi anunciada a abertura do procedimento, o diretório municipal do PSOL afirmou que Silvia Letícia tem "postura de oposição à administração municipal, contrariando resoluções nacionais, estaduais e municipais dos congressos do partido".
"Essa filiada não pode continuar difamando o trabalho do partido na Prefeitura de Belém e, ao mesmo tempo, sendo aliada informal de nossos adversários", concluiu a nota.
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Os procedimentos foram motivados por pronunciamento da vereadora na Câmara, que culpava a prefeitura pela crise do lixo na capital e pedia a exoneração da secretária de saneamento, Ivanise Gasparim (PT). A prefeitura de Belém vive uma crise na coleta de resíduos sólidos após o acúmulo de R$15 milhões em dívidas com as concessionárias responsáveis pela coleta de lixo na capital.
No início de janeiro a prefeitura de Belém garantiu a retomada da coleta regular em até 90 dias, com a contratação da empresa Ciclus Amazônia, que começou a trabalhar em alguns bairros da capital já no final de fevereiro.
Na denúncia entregue ao partido, a vereadora é acusada de "utilizar os espaços institucionais para dificultar ainda mais o cenário político que vivenciamos no município de Belém, frente às eleições municipais".
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A vereadora, em resposta ao DOL, afirmou que a prefeitura de Belém não segue o programa do partido e não é transparente com os próprios filiados. "Eu lancei a minha pré-candidatura internamente no PSOL não para questionar a pessoa do Edmilson, mas para questionar a política que está sendo implementada na prefeitura de Belém".
Ela disse, também, que a pré-candidatura é permitida pelo estatuto do partido, e que não pode ser punida por sua posição.
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