
Brasil e Estados Unidos parecem estar em uma disputa sem precedentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu uma nova frente contra Donald Trump ao oficializar apoio ao diplomata surinamês Albert Ramdin para a presidência da Organização dos Estados Americanos (OEA), cuja eleição ocorrerá no próximo dia 10. Por outro lado, os EUA declararam apoio ao ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, respaldado por setores conservadores norte-americanos.
A decisão de apoiar Ramdin foi formalizada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. O Brasil recebeu o apoio de Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai.

A estratégia da diplomacia brasileira é reforçar a oposição à influência conservadora de Trump, que busca ampliar sua atuação na OEA para fortalecer sua presença na região.
Segundo Lula, Ramdin tem uma “posição única para enfrentar os desafios contemporâneos de nossos países, ao oferecer uma nova perspectiva que reflita as realidades e aspirações do Caribe e da América como um todo”. O Itamaraty também destacou a "vasta experiência diplomática" do candidato, especialmente durante seu mandato como secretário-geral adjunto da OEA.
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Lezcano, por sua vez, integra o governo paraguaio, de orientação à direita. Ele é ministro das Relações Exteriores do presidente Santiago Peña, do Partido Colorado, e recentemente se reuniu com Donald Trump em sua residência em Mar-a-Lago.
De acordo com a diplomacia paraguaia, o encontro teve como objetivo “avançar na agenda bilateral, fortalecer as relações e promover o desenvolvimento econômico em ambos os países”.
O próximo presidente da OEA comandará a organização pelos próximos cinco anos. A escolha de um aliado para o cargo é considerada estratégica.
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Nos últimos meses, a entidade tem sido alvo de debates entre diferentes setores políticos devido à elaboração de um relatório sobre liberdade de expressão, que está em fase de conclusão na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Embora os países signatários tenham compromisso formal com as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos, sua aplicação nem sempre ocorre na prática. Ainda assim, os julgamentos do órgão geram impactos tanto no cenário internacional quanto nas políticas internas dos países-membros. Nesse contexto, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro pressionaram o relator da Comissão para incluir no documento críticas às ações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Paralelamente, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva busca destacar no relatório a tentativa de ruptura institucional ocorrida no país.
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