O participante Davi, do Big Brother Brasil 24, causou controvérsias nas redes sociais ao ser flagrado lavando frango na pia da cozinha enquanto preparava o almoço para os colegas de confinamento.
Esta ação, aparentemente inofensiva, gerou debates sobre práticas de higiene na cozinha e diversas dúvidas sobre a necessidade - e perigos – de lavar ou não a carne.
Contrariando essa prática, a médica Lorena Balestra explica que lavar frango não é necessário e pode, na verdade, ser muito perigoso. "Esse equívoco surge por dois motivos: o primeiro é o medo de contaminação por salmonela, mas o que muitos não sabem, é que lavar o frango não irá ajudar, e pelo contrário, pode aumentar a proliferação da bactéria”, afirma a profissional.
Lorena destaca que outro motivo que usuários destacam nas redes sociais é o mal cheiro do alimento, e o aspecto gelatinoso. “Cheiro marcante é característica comum de todas as carnes, mas se a ave apresentar um odor muito desagradável, isso pode indicar sinais de decomposição. Lavar não ajudará em nada, e até mesmo colocar limão ou vinagre só irá mascarar o cheiro do alimento estragado”, acrescenta.
Balestra alerta que a lavagem de carne pode ainda espalhar bactérias pela cozinha, contribuindo para infecções alimentares. Isso é potencialmente preocupante pois por mais inofensivo que pareça, segundo dados do Ministério da Saúde, quase 40% das infecções alimentares ocorrem em ambientes domésticos.
Além disso, ela esclarece que a legislação brasileira permite até 20% de contaminação por salmonela em frangos e ovos. "Testes realizados pelo Ministério da Agricultura mostram que cerca de 18% da carne de frango no Brasil apresenta contaminação por salmonela, estando dentro dos limites legais”, ressalta.
A médica afirma que é possível controlar esse problema cozinhando o frango a temperaturas superiores a 70 graus Celsius, o que elimina a bactéria. Ela também aconselha contra o consumo de frango mal passado. Além de uma dica extra especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, mulheres grávidas e idosos, que devem evitar consumir ovos com gema mole.
A especialista ainda destaca a importância de adotar práticas seguras na cozinha, como usar tábuas diferentes para cortar carnes e vegetais, para evitar a transmissão de bactérias de carne crua para alimentos que não serão cozidos. E isso vale até para carnes como boi e porco.
A médica recomenda, ainda, higienizar as tábuas com água quente e detergente, além de estar atento a sinais de decomposição, como a aparência gosmenta no frango e o cheiro forte. "É fundamental estar consciente desses cuidados, pois de acordo com a OMS, anualmente cerca de 400 mil pessoas morrem devido a doenças transmitidas por alimentos mal preparados, mal armazenados ou contaminados. Essa conscientização reforça a importância de práticas seguras na manipulação e preparo de alimentos”, finaliza.
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