Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% das mulheres terão doença mental durante a gravidez ou no pós-parto. Pensamentos suicidas, atos de mutilação, depressão e ansiedade são algumas das consequências desse período onde a saúde mental fica debilitada. Por conta disso, a Campanha Maio Furta-Cor foi criada com o objetivo de sensibilizar a população, promover ações de conscientização e estimular a construção de políticas públicas de saúde e projetos de lei voltados para a saúde mental das mães.
De acordo com a psiquiatra Daniele Boulhosa, ignorar a saúde mental não só coloca em risco a saúde e o bem-estar das mulheres, como também afeta o desenvolvimento físico e emocional dos bebês. “Infelizmente ainda há muitos estigmas em relação à maternidade, onde há uma romantização sobre a relação da mãe e filho. Porém a realidade é totalmente diferente, o que prejudica não só a qualidade de vida da mãe, mas do filho também. Se a mãe não está bem, consequentemente a criança será afetada”, explica a especialista.
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A maternidade exige uma mudança no estilo de vida da mulher e de toda a família, assim como de alterações físicas e emocionais. “Quando temos uma mãe de primeira viagem tudo é muito novo e a sobrecarga emocional se intensifica. São muitas mudanças e a mulher tenta acompanhar tudo e muitas vezes não consegue lidar com suas próprias emoções. Sem uma rede de apoio, que é totalmente necessário nesse processo, a mulher pode acabar entrando numa tristeza profunda, principalmente por achar que não consegue dar conta da responsabilidade de cuidar de um bebê, ao mesmo tempo que tenta aceitar as mudanças físicas do seu corpo”, pontua Daniele.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto se caracteriza por uma tristeza profunda, falta de esperança angústia e acontece no período do puerpério. “Sentimentos relacionados à pressão de ser uma boa mãe, as responsabilidades de cuidar da casa e dos filhos e os estresses diários só tendem a piorar o quadro, assim como fatores físicos, qualidade de vida e histórico de outros problemas mentais”, explica Daniele. “Mas o principal fator está relacionado com a questão do desequilíbrio hormonal do término da gravidez”, acrescenta.
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A melhor forma de prevenção, de acordo com a psiquiatra, é cuidando de si mesma. “Nós mulheres devemos nos priorizar, cuidar da nossa saúde mental, reservar um tempo de cuidado consigo mesmas. Além da maternidade não podemos esquecer que somos mulheres e que precisamos de cuidados. Isso irá favorecer o desenvolvimento dos nossos filhos e fortalecer nosso vínculo emocional com eles, assim como irá proporcionar bem-estar e qualidade de vida pra toda nossa família”, conclui Daniele.
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