plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 24°
cotação atual R$


home
EREÇÃO VIA CONTROLE REMOTO

Brasileiro desenvolve "viagra eletrônico" recarregável

Um dispositivo eletrônico criado por um brasileiro pretende resolver problemas de disfunção erétil.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Brasileiro desenvolve "viagra eletrônico" recarregável camera Apesar de já existirem bons medicamentos orais, para 30% dos homens com disfunção erétil essas drogas não funcionam. | Prostock-studio

Cerca de 100 milhões de homens no mundo sofrem com disfunção erétil, que consiste na incapacidade em obter e/ou manter uma ereção adequada para a realização de atividade sexual. No Brasil, a OMS estima cerca de 15 milhões de homens com o problema.

As causas mais comuns costumam ser questões emocionais, resolvidas em grande parte com tratamento psicológico. Porém, problemas físicos também podem afetar a capacidade de ereção.

As causas orgânicas podem ser as mais variadas, como:

  • Insuficiência vascular arterial: em consequência de aterosclerose, o endurecimento das artérias por formação de placas de calcificação, comum em pacientes com hipertensão e colesterol alto;
  • Distúrbios neurológicos: como consequência de diabetes descompensado ou por outras doenças como trauma medular, AVC ou danos aos nervos periféricos, como também pode ocorrer após tratamento cirúrgico do câncer de próstata;
  • Distúrbios hormonais: como a queda dos níveis de testosterona com o avançar da idade e outras doenças endocrinológicas;
  • Doenças inflamatórias penianas: que causam fibrose e perda da capacidade de enchimento peniano, como doença de Peyronie, sequelas de trauma peniano e priapismo —uma ereção peniana prolongada e dolorosa.

CONTEÚDO RELACIONADO

Mas um dispositivo eletrônico criado por um brasileiro e ainda em fase de testes pretende resolver o problema de disfunção erétil de homens afetados por questões orgânicas.

Sistema completo do CaverSTIM.
📷 Sistema completo do CaverSTIM. |(Divulgação)
  • O aparelho chamado de CaverSTIM promete um funcionamento discreto. Dois eletrodos são colocados no assoalho pélvico (e não no pênis) e conectados a um estimulador similar ao marca-passo que fica posicionado debaixo da pele, na parte inferior lateral do abdome.
  • Os eletrodos irão estimular as terminações nervosas que farão o sangue fluir para o pênis, levando à ereção. Todo o aparelho fica interno, nada fica exposto e o paciente não o vê. Para acioná-lo, o usuário utiliza um controle remoto sem fio.
  • A bateria do aparelho implantado sob a pele é recarregável e o dispositivo tem um sistema de carregamento por indução, semelhante a recarga sem fio feita em celulares. Basta o paciente colocar sobre a pele um "patch" (parte do sistema) que o estimulador recarrega em 2 a 3 horas e a carga dura de 2 a 3 meses.
  • Os eletrodos têm o tamanho de uma moeda de 50 centavos e são flexíveis. Já o estimulador tem um tamanho um pouco maior que uma moeda de 1 real.

Em que etapa estão os testes?

O brasileiro responsável pelo projeto é o doutor em farmacologia Rodrigo Fraga-Silva, que mora na Suíça e desenvolveu a invenção em parceria com Nikos Stergiopulos, professor e diretor do Laboratório de Hemodinâmica e Tecnologia Cardiovascular do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, na Suíça.

Esquema mostra funcionamento do dispositivo na genitália masculina.
📷 Esquema mostra funcionamento do dispositivo na genitália masculina. |(Divulgação)

Quer ler mais notícias? Acesse nosso canal no Whatsapp

"A ideia (do dispositivo) veio de minha pesquisa científica. Sempre trabalhei com medicina vascular, e boa parte de minhas pesquisas é em disfunção erétil. Minhas pesquisas iniciais eram focadas em novas drogas. Na Suíça, me deparei com um ambiente rico em desenvolvimento de dispositivos médicos, e foi aí que surgiu o gatilho para mudar o foco de fármacos para dispositivos", conta Fraga-Silva.

Ele explica que apesar de já existirem bons medicamentos orais, para 30% dos homens com disfunção erétil essas drogas não funcionam.

Os testes com o CaverSTIM estão sendo conduzidos hoje em 13 pacientes na Austrália e no Brasil e em breve se estenderá a mais pessoas também nos EUA. Alguns deles já têm mais de 6 meses de acompanhamento, mas outros estão há poucos meses.

O foco inicial ficou com pacientes pós-prostatectomia, ou seja, que realizaram cirurgia de retirada da próstata devido ao câncer no órgão, o tipo mais comum a afetar os homens.

Segundo o pesquisador, o procedimento leva à disfunção erétil em 70% dos casos. "Infelizmente, esses pacientes não respondem bem à terapia oral, e há várias décadas os médicos e cientistas buscam soluções para o problema de impotência nesse segmento", conta.

Pacientes com lesão medular (paraplégicos) também já estão sendo testados, e esses testes estão sendo feitos aqui no Brasil. Ele explica que em seguida também pretendem avaliar o dispositivo em outros segmentos.

Para os pacientes pós-prostatectomia, a terapia tem como objetivo a reabilitação dos nervos danificados durante a cirurgia, ou seja, a recuperação da função sexual normal. Com isso, ele não terá a necessidade de ativar o dispositivo para ereção.

Já para os outros pacientes, por exemplo os com lesão medular, o dispositivo tem objetivo de estimular o nervo pró-erétil e facilitar o processo de enrijecimento do pênis, ocorrido durante a ativação do dispositivo e com expectativa de ereção duradoura.

"O CaverSTIM vai promover uma terapia eficaz, mais confortável, natural, não dolorosa e muito mais espontânea." Rodrigo Fraga-Silva, responsável pelo projeto.

Os testes clínicos devem durar ainda mais dois anos e, em seguida, os pesquisadores irão pedir a aprovação para comercialização aos órgãos responsáveis, como Anvisa, FDA (nos Estados Unidos), dentre outras agências.

Alternativas aos medicamentos orais

Muitas vezes, questões emocionais são o fator desencadeador da disfunção erétil. Para esses casos, a psicoterapia é a primeira opção. Há casos também de ajustes necessários de medicamento ou tratamento de doenças que possam estar relacionadas com o problema, como diabetes ou obesidade.

Se não houver solução a partir desses ajustes, os médicos partem para os medicamentos orais como Viagra, Cialis e similares. Mas como já mencionado, alguns pacientes não respondem ao tratamento e precisam recorrer a outros procedimentos.

As alternativas mais conhecidas hoje são:

Injeção peniana

As medicações injetáveis penianas são aplicadas diretamente no pênis, na região do corpo cavernoso, e promovem ereção após causarem uma dilatação dos vasos sanguíneos. Mas é preciso ter cuidado.

"Elas podem levar a uma ereção mantida e dolorosa, quadro conhecido como priapismo, e que requer tratamento de emergência", alerta o urologista Jandrey Souza.

O médico explica que hoje esses vasodilatadores podem ser encontrados em formulações de aplicação intrauretral, o que evita o desconforto da aplicação injetável. É a mesma substância usada na injeção, mas em forma de gel para ser aplicado na uretra. "Isso facilita a aplicação e traz mais conforto para o paciente", pontua.

Prótese peniana

Já as próteses penianas são de dois tipos: maleáveis e infláveis. Segundo Ariê Carneiro, urologista e coordenador do programa de pós-graduação em cirurgia robótica do Hospital Israelita Albert Einstein, a mais utilizada é a prótese maleável.

Ela é implantada no pênis, em ambos os corpos cavernosos, deixando-o praticamente o tempo todo em ereção. "Basta o paciente 'entortar' ela para frente para ter relação ou para o lado dentro da cueca. Ela tem a vantagem de ser mais simples de implantar, manusear e com menos risco de problemas", explica o médico.

A prótese inflável funciona como se tivesse um cilindro dentro de cada corpo cavernoso e um reservatório no abdome. Quando o paciente deseja ter ereção, ele aciona a válvula, que pode ser palpada e acionada na bolsa testicular, e o líquido do reservatório preenche os cilindros. Após o término da relação, através de outro sistema, o paciente consegue inverter o fluxo e esvaziar os cilindros.

De acordo com Carneiro, este modelo tem a vantagem de parecer um pouco mais próximo do natural.

"A prótese peniana deve ser indicada apenas quando todas as possibilidades já foram tentadas e não tiveram sucesso. Mas é importante destacar que ambas (as próteses) costumam ter excelentes resultados e alta taxa de satisfação dos pacientes", afirma.

O urologista Jandrey Souza explica que a prótese é a menos utilizada de todas as modalidades terapêuticas por se tratar de uma cirurgia que traz consigo riscos como infecção e sangramento. Além disso, requer uso de estrutura hospitalar para o seu implante e tem um custo elevado, principalmente as próteses penianas infláveis.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Te Cuida

    Leia mais notícias de Te Cuida. Clique aqui!

    Últimas Notícias