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A internação do Papa Francisco devido a uma pneumonia bilateral reacendeu a preocupação com a gravidade dessa infecção pulmonar. A condição, que afeta ambos os pulmões simultaneamente, é mais rara e tende a ser severa, especialmente em idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.
Por comprometer os dois pulmões, a pneumonia bilateral torna o quadro clínico mais grave do que a unilateral. Já que, explica o pneumologista Rubens Tofolo, uma pessoa consegue viver apenas com um pulmão ativo.
“Quando a infecção acomete apenas um pulmão, o outro ainda consegue suprir as funções respiratórias. No entanto, quando atinge ambos, o comprometimento é muito maior, há dificuldade de respirar, dificultando a expansão pulmonar adequada e a oxigenação do organismo”.
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Segundo o especialista, essa condição é mais comum em crianças menores de cinco anos, idosos acima de 60 anos e pessoas imunodeprimidas, como pacientes em tratamento contra o câncer e diabéticos. Além desses grupos, há casos como o do próprio líder da Igreja Católica, de 88 anos, que já possuía um histórico respiratório delicado – na juventude, desenvolveu pleurisia e teve parte de um pulmão removido.
“Esses grupos possuem um sistema imunológico mais frágil, o que facilita a colonização bacteriana nos dois pulmões”, detalha. Os sintomas iniciais da pneumonia bilateral incluem febre, dor no peito e secreção amarelada. No entanto, em idosos, os sinais podem ser mais sutis. “Muitas vezes, o paciente acima dos 60 anos não apresenta febre ou tosse intensa, mas manifesta um cansaço incomum, o que chamamos de sintomatologia atípica – sintomas que divergem um pouco do habitual”, afirma.
A prevenção é fundamental. Ele reforça que, além da vacina contra a pneumonia, a imunização contra a gripe e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) são fortes aliadas para reduzir o risco de complicações. “O vírus da influenza (gripe) inflama não apenas os pulmões, mas também pode afetar o coração e o cérebro. Pacientes infectados podem ter eventos cardíacos graves em até 30 dias após a infecção”, alerta.
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VACINAS
Contudo, uma das principais causas da doença está relacionada à baixa adesão às vacinas. Esse cenário contribui para o aumento de infecções respiratórias, tendência observada no próprio consultório de Tofolo. Entre 2023 e 2024, houve um crescimento de 20% a 25% nos casos de pneumonia bilateral registrados.
“As pessoas diminuíram sua imunização. No caso da região Norte, por causa do inverno amazônico, o Ministério da Saúde entendeu e ajustou o calendário vacinal, iniciando a campanha em dezembro, diferentemente do calendário tradicional do Sul e Sudeste”, lembra.
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