
A capital paraense foi escolhida para sediar uma das dez ações assistenciais no mundo dentro da campanha internacional do Dia Mundial da Saúde da Pele, celebrada globalmente em 8 de julho. A iniciativa, liderada pela ILDS (International League of Dermatological Societies) e pela ISD (International Society of Dermatology), é realizada no Brasil em parceria com Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que selecionou a capital paraense para um projeto de atenção voltado ao diagnóstico precoce da hanseníase.
A ação será realizada no dia 18 de julho, das 8h às 13h, no Centro de Referência Especializado em Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (CCBS – UEPA). O mutirão de atendimento dermatológico com foco em hanseníase é gratuito e destinado a população de Belém que apresentem manchas na pele, especialmente brancas ou avermelhadas — um dos principais sinais da hanseníase.
Não será necessário agendamento: o atendimento será por livre demanda, bastando que os interessados compareçam no horário com documento de identidade, cartão do SUS e comprovante de residência.
“Essa é uma oportunidade de levarmos cuidado e informação para a população, com um olhar especial para a hanseníase, que segue sendo um desafio de saúde pública no Brasil. Nosso objetivo é atuar no diagnóstico precoce, ampliando o acesso e reduzindo o risco de incapacidades. A hanseníase ainda afeta de forma desproporcional populações vulneráveis, historicamente marcadas por pobreza, baixa escolaridade e acesso limitado à saúde. Em 2023, mais de 70% dos casos novos ocorreram em pessoas pretas ou pardas. Precisamos romper esse ciclo com ações concretas, como esse mutirão em Belém, que leva o cuidado para onde ele é mais necessário”, destaca a médica dermatologista Dra. Regina Carneiro, Secretária-geral da SBD.
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Segundo o Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2025, do Ministério da Saúde, o Brasil notificou 22.773 casos novos da doença em 2023, com aumento de 16% em relação ao ano anterior. O Pará, em particular, apresentou uma das menores proporções do país de detecção de casos por exame de contatos (3,9%), segundo o mesmo boletim, o que reforça a importância de iniciativas como esse mutirão para ampliar o acesso ao diagnóstico ativo na região.
O estado ainda registrou 1.329 casos de hanseníase em 2022 — o maior número da Região Norte — dos quais 67 foram em crianças menores de 15 anos, evidenciando a transmissão contínua da doença na região.
Durante o mutirão, os pacientes serão avaliados por uma equipe de dermatologistas e, se houver suspeita de hanseníase, será realizado teste rápido no local. Quem tiver o diagnóstico confirmado, já sairá com a primeira dose da medicação e com encaminhamento para continuidade do tratamento via rede pública de saúde. Todos os casos serão notificados às autoridades sanitárias.
“Ações como essa reforçam o compromisso da dermatologia brasileira com a saúde pública e com a redução das desigualdades de acesso. Segundo pesquisa da SBD em parceria com a L'Oréal e o Datafolha, mais de 90 milhões de brasileiros nunca passaram por um dermatologista. Precisamos mudar esse cenário, e o mutirão é uma forma concreta de começar essa transformação”, reforça Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD.
Essa iniciativa está em sintonia com o cenário global: em maio de 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a reconhecer oficialmente as doenças de pele como prioridade global de saúde pública. A ação conta com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Pará (SESPA), da Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Sobre a hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. Entre os principais sinais estão manchas na pele com alteração de sensibilidade ao calor, dor e tato, além de formigamento, dormência e fraqueza nos membros. A transmissão ocorre por meio do contato próximo e prolongado com pessoas não tratadas, geralmente pelas vias respiratórias.
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Apesar de ser uma das doenças mais antigas da humanidade, a hanseníase ainda representa um desafio de saúde pública no Brasil — segundo país com maior número de casos no mundo. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas físicas e interromper a cadeia de transmissão. O tratamento é gratuito, oferecido pelo SUS e pode ser feito em casa. Quanto antes for iniciado, maiores são as chances de cura e menor o risco de incapacidades.
Procure ajuda ao perceber os sintomas
Ao suspeitar dos sintomas da hanseníase, é importante procurar imediatamente uma unidade de saúde, como as unidades voltada às famílias ou um dermatologista no SUS.
Serviço – Ação de combate à hanseníase em Belém
- Data: 18/07/2025
- Horário: das 8h às 13h
- Local: UEPA – CCBS (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde)
O que levar:
- Cartão do SUS
- Documento de identidade com foto
- Comprovante de residência
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