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Vício em imagens por IA leva executiva a colapso mental

A história de Caitlin Ner revela os perigos do vício em imagens por IA, destacando a importância de limites e ética no uso de tecnologias imersivas.

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Imagem ilustrativa da notícia Vício em imagens por IA leva executiva a colapso mental camera A Caitlin Ner real ao lado de uma imagem dela como anjo gerada por inteligência artificial | Foto: Arquivo pessoal/Caitlin Ner

Ferramentas tecnológicas cada vez mais imersivas fazem parte da rotina de trabalho e lazer de milhões de pessoas, mas o uso intenso e sem limites pode trazer impactos profundos à saúde mental. Especialistas alertam que a combinação entre estímulos constantes, recompensas imediatas e padrões irreais pode desencadear quadros de ansiedade, dependência e até transtornos psicológicos mais graves, especialmente em pessoas vulneráveis.

A executiva Caitlin Ner jamais imaginou que a tecnologia com a qual trabalhava diariamente se tornaria um gatilho para um dos momentos mais críticos de sua vida. Diretora de experiência do usuário em uma startup especializada na criação de imagens por inteligência artificial, ela passava até nove horas por dia gerando retratos próprios em universos fictícios e idealizados.

Diagnosticada com transtorno bipolar, Caitlin seguia tratamento médico e acreditava estar com o quadro estabilizado. No entanto, a mudança intensa em sua rotina profissional acabou alterando esse equilíbrio. A história foi divulgada pela revista Newsweek.

No começo, o processo parecia inofensivo e até empolgante. Bastava descrever uma cena para que surgissem versões hiper-realistas de si mesma, como personagem mística, celebridade ou aventureira espacial. Com o tempo, porém, o encanto deu lugar a uma relação obsessiva. As primeiras imagens apresentavam distorções físicas, o que começou a afetar sua autoestima e percepção corporal.

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À medida que os sistemas evoluíram, os retratos passaram a exibir um padrão estético cada vez mais perfeito: rostos sem marcas, corpos esguios e traços idealizados. A comparação constante entre aquelas versões artificiais e sua imagem real passou a causar desconforto profundo. Para tentar alcançar aquele padrão irreal, Caitlin mergulhou em jornadas exaustivas de criação, sacrificando horas de sono e repetindo compulsivamente o processo.

A dinâmica passou a funcionar como uma recompensa imediata. Cada nova imagem gerava prazer instantâneo e a sensação de que sempre era possível melhorar o resultado. Com o passar dos meses, a fronteira entre criatividade e excesso se perdeu. O que antes era trabalho e curiosidade se transformou em dependência.

O colapso veio quando Caitlin entrou em um episódio maníaco com psicose. Ela relata que passou a confundir fantasia e realidade, acreditando enxergar mensagens ocultas nas imagens e ouvindo vozes que pareciam surgir da interação entre a tecnologia e sua própria mente. Algumas dessas vozes eram tranquilizadoras; outras, agressivas e perigosas.

Um dos episódios mais graves ocorreu após ver uma imagem sua montada em um cavalo alado. A partir dali, passou a acreditar que poderia voar. As alucinações a incentivavam a pular da varanda de casa, garantindo que nada aconteceria. Exausta, sem dormir por várias noites, ela entrou em colapso físico e emocional, correndo sério risco de vida.

A recuperação começou com o apoio de familiares e amigos, que já conheciam seu histórico clínico. Caitlin pediu demissão da startup e reduziu drasticamente o contato com as imagens geradas por IA, o que contribuiu para a estabilização do quadro. Com acompanhamento médico e terapia intensiva, conseguiu aos poucos reconstruir sua saúde mental e a relação com o próprio corpo.

Hoje, ela afirma ter aprendido a estabelecer limites claros. Continua utilizando inteligência artificial, mas evita longas sessões e adota pausas regulares. Além disso, passou a defender mudanças nas empresas do setor, como alertas sobre riscos psicológicos, controle de tempo de uso e orientações específicas para profissionais que lidam diariamente com essas ferramentas.

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Para Caitlin, a experiência mostrou que a criação constante pode ativar mecanismos de dependência semelhantes aos observados nas redes sociais. Em pessoas mais sensíveis, a linha entre inspiração e instabilidade pode ser extremamente fina. Por isso, ela considera essencial ampliar o debate sobre ética, responsabilidade e proteção emocional no uso de tecnologias imersivas.

Ela reforça que não responsabiliza a inteligência artificial em si, mas alerta para o impacto que essas ferramentas podem exercer sobre a mente humana. Ao retomar o controle da própria vida, Caitlin afirma ter aprendido a aceitar imperfeições e lembra que, fora das telas, a realidade não precisa seguir padrões artificiais para ter valor.

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