
Alguns assuntos ainda são tabus especialmente quando se trata da terceira idade como o sexo, saúde entre outros. Porém, o bem-estar e a vitalidade independem da faixa etária.
A influenciadora Andréa Sunshine, conhecida nas redes sociais como “vovó fitness”, está chamando atenção ao falar abertamente sobre sexualidade, autoconhecimento e vitalidade após os 50 anos. Aos 55, ela afirma que o sexo é essencial para a longevidade e que suas experiências ao longo da vida a ajudaram a compreender melhor seu próprio corpo e desejos.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Andréa revelou que já se relacionou com cerca de 800 pessoas e que cada experiência contribuiu para a construção de sua vida sexual atual.
“Durante muito tempo, como muitas mulheres, eu priorizei o que o outro queria, o que o outro esperava. Mas, com o tempo, principalmente após o divórcio, comecei a experimentar a mim mesma com mais curiosidade e liberdade”, afirmou.
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Morando atualmente em Londres, a ex-fisiculturista contou que chegou a receber reclamações de vizinhos devido aos barulhos vindos de seu apartamento à noite. Porém, atualmente, ela garante que sua visão sobre sexo vai além da intensidade dos encontros.
“Entender o que eu gosto veio do silêncio, de observar como eu reagia não só fisicamente, mas emocionalmente ao toque, à presença, ao cheiro, à intenção. Eu parei de querer agradar e comecei a me encontrar”, explicou.
Para Andréa, a excitação não se restringe ao corpo físico, mas também envolve aspectos emocionais e intelectuais. “Está no olhar, na inteligência, na entrega, na conexão. O sexo, para mim, virou uma dança interna antes de ser um ato com o outro”, destacou.
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A influenciadora também reforçou que até experiências negativas foram importantes no processo de autodescoberta. “Todas as experiências contam. Até as que foram ruins. Elas me mostraram o que não quero. As experiências frustrantes também foram mestres, me ensinaram a me impor, a falar, a guiar, a escolher melhor”, disse.
Segundo Andréa, o período após o divórcio foi marcado por intensa liberdade e redescoberta. “Vivi uma fase muito intensa, de descobertas, de viver o que eu não tinha vivido antes. E, nessa intensidade, eu não estava buscando alguém para amar, eu estava me reencontrando. Eu quis viver o agora com verdade, e isso inclui o sexo também”, concluiu.
Sexo na terceira idade
A sexualidade na terceira idade é um tema que vem ganhando destaque em pesquisas recentes. Um estudo realizado nos Estados Unidos com pessoas entre 57 e 85 anos revelou que 73% dos entrevistados de 57 a 64 anos afirmaram ter tido atividade sexual no último ano. Esse índice cai para 53% na faixa de 65 a 74 anos e para 26% entre 75 e 85 anos. No Brasil, dados da coorte SABE apontaram que 48% dos idosos com mais de 60 anos mantêm vida sexual ativa, e, entre eles, 80% relataram satisfação sexual, mesmo quando a frequência de relações é menor.
Pesquisas também indicam que a atividade sexual e as manifestações de afeto estão diretamente relacionadas à qualidade de vida. O English Longitudinal Study of Ageing, que acompanhou quase 7 mil adultos com cerca de 65 anos, mostrou que homens e mulheres sexualmente ativos apresentaram maior satisfação e prazer de viver. Para os homens, relações sexuais frequentes e demonstrações de carinho, como beijos e carícias, foram associadas a esse bem-estar. Já entre as mulheres, o impacto positivo se destacou principalmente em relações de intimidade e afeto, independentemente da frequência de relações sexuais. No Brasil, um levantamento com 477 idosos reforçou a correlação entre sexualidade em suas várias dimensões e a melhora na qualidade de vida.
Por outro lado, a queda no desejo ou na frequência das atividades sexuais pode ter efeitos negativos. Um estudo longitudinal mostrou que idosos que relataram diminuição da vida sexual apresentaram mais sintomas de depressão e piora nos indicadores de qualidade de vida. No país, pesquisadores também chamam a atenção para os tabus que ainda cercam o tema: muitos idosos reconhecem a importância do sexo para a saúde, mas enfrentam barreiras físicas, sociais e de informação, como a falta de orientações sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, que acabam prejudicando uma vivência plena da sexualidade.
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