A piloto Bia Figueiredo bem que tentou, mas a Ferrari 296 GTB se recusou a liberar todo o seu ronco enquanto estava estacionada dentro da loja da marca, no Jardim América (zona oeste de São Paulo). O carro foi apresentado nesta quinta-feira (30) à imprensa e a potenciais clientes.
Por mais que se pisasse no acelerador, o som que saía era claramente limitado. Bia, que é embaixadora da marca, explicou que as rotações do motor são limitadas eletronicamente quando o carro está parado, o que evita danos a uma "macchina" de milhões.
O ruído pode ser ainda mais baixo: esse esportivo consegue rodar cerca de 25 quilômetros no modo elétrico. A recarga é feita na tomada, mas o motor a gasolina também funciona como gerador, se for necessário.
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É a Ferrari dos novos tempos, mas sem perder o apego a números superlativos. A potência combinada chega aos 830 cv, suficientes para levar a 296 GTB aos 100 km/h em 2,9 segundos, de acordo com a fabricante.
O preço ainda não foi definido, mas é possível imaginar algo acima dos R$ 4 milhões. O modelo mais em conta da marca italiana no Brasil é a Portofino M, vendida por R$ 3,5 milhões.
Eduardo Alves, executivo de vendas do grupo Via Itália, diz que as primeiras unidades da 296 GTB são aguardadas para dezembro, mas não é possível ter uma data precisa. O prestígio da Ferrari não é suficiente para isentá-la dos problemas logísticos globais, e ainda há os entraves gerados no desembaraço alfandegário.
A montadora produziu 12,8 mil carros em 2021, diz Alves. Foi um número recorde, o que mostra quão exclusivos são seus produtos. No Brasil, 35 unidades fora
m vendidas no ano passado. A maior parte recebeu algum item de personalização comercializado pela marca, o que faz o preço final subir consideravelmente.
"O Brasil é um dos países em que o comprador mais investe em opcionais, gastando, em média, entre US$ 70 mil e US$ 90 mil", afirma o executivo. A cor do carro em exposição, chamada rosso imola, é um desses opcionais.
Quanto maior a exclusividade, maior a demora para ficar pronta. O tempo mínimo de espera por um modelo zero-quilômetro da marca italiana é de seis meses.
A produção é feita por encomenda -não há formação de estoque-, e todos os esportivos saem da fábrica italiana localizada em Maranello, na província de Modena.
Modena é também o sobrenome da F360, primeira Ferrari dirigida por Bia Figueiredo. Ela conta que a experiência ocorreu em 2003, logo após completar 18 anos e tirar a carteira de habilitação. Entre esse esportivo e a nova 296 GTB, há pouco em comum além do cavalinho preto empinado sobre o fundo amarelo.
O sistema híbrido é a grande novidade do modelo atual, mas o V6 que vai montado na parte traseira merece ser citado. A montadora não utiliza um motor com seis cilindros desde os anos 1970.
Os 830 cv de potência se dividem da seguinte forma: enquanto o 3.0 a gasolina gera 663 cv, o elétrico é responsável por 167 cv. Um ajuda o outro no desempenho, mas cabe ao conjunto movido a eletricidade a missão de reduzir os níveis de emissões e enquadrar a marca no tempo presente da indústria automotiva.
Os puristas ainda torcem o nariz para o plugue de recarga, mas a expectativa é de que o futuro lançamento seja bem recebido no Brasil, da mesma forma como ocorreu nos EUA e na Europa.
Eduardo Alves acredita que os compradores da 296 GTB serão, na maioria, pessoas que já possuem uma Ferrari hoje. Mas ele aposta também que cerca de 40% das vendas serão feitas para novos clientes.
Quem tiver o capital disponível para entrar na casa mais nobre de Maranello será recebido à moda italiana. A marca se caracteriza por tratar bem os ferraristas, oferecendo experiências exclusivas como viagens para conhecer a linha de produção.
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