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IMPASSES HISTÓRICOS

Conclave mais longo da Igreja Católica durou quase três anos

Profecia, fome forçada e renúncia inesperada marcaram os conclaves mais longos da história, revelando que nem sempre a fé foi suficiente para garantir consenso entre os cardeais.

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Imagem ilustrativa da notícia Conclave mais longo da Igreja Católica durou quase três anos camera Gregório X, o papa eleito em após 1.006 dias de sé vaga, em ilustração do Livro das Maravilhas do Mundo de Marco Polo e Rustichello. | Reprodução/Redes Sociais

Ao longo da história, decisões que pareciam depender apenas da inspiração divina revelaram o peso das tensões humanas. Na Igreja Católica, o processo de escolha do novo papa - que deveria ser conduzido com serenidade e fé - já foi marcado por impasses dramáticos, revoltas populares e até privações forçadas para pressionar os cardeais. Muito antes da instantaneidade dos tempos atuais, os conclaves podiam se arrastar por meses, ou até anos, colocando à prova a paciência dos religiosos e dos fiéis.

O conclave mais longo da história durou inacreditáveis 33 meses e só terminou em setembro de 1271, com a eleição do papa Gregório X. A sucessão papal havia sido deflagrada após a morte de Clemente IV, em 1268, mas o cenário político da época, repleto de disputas entre diferentes facções dentro da Igreja e fora dela, paralisou as votações em Viterbo, ao norte de Roma. A lentidão indignou a população local, que chegou a remover o teto do palácio onde os cardeais estavam reunidos e cortar o fornecimento de comida - numa tentativa literal de “deixar o Espírito Santo entrar”.

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MUDANÇA DE REGRAS

Dois cardeais morreram durante o processo, que durou exatos 1006 dias, e um terceiro adoeceu e teve de deixar o conclave. Quando finalmente Gregório X foi eleito, uma de suas primeiras decisões como pontífice foi estabelecer regras para que aquela situação nunca mais se repetisse.

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Em 1274, ele determinou que, passados dez dias da morte de um papa, os cardeais deveriam se reunir trancados em um único cômodo. Se não elegessem ninguém em três dias, receberiam apenas uma refeição por dia. Após cinco dias, só pão, água e vinho — até que o novo papa fosse escolhido.

IMPASSE, PROFECIA E RENÚNCIA

Apesar da medida drástica, vinte anos depois, a Igreja enfrentaria outro impasse prolongado. Em 1292, com a morte do papa Nicolau IV, os cardeais levaram 27 meses para eleger um sucessor. A escolha surpreendente foi por Pietro del Morrone, um eremita de mais de 80 anos que vivia recluso em jejum e oração.

Ele havia enviado uma profecia aos cardeais, alertando para uma possível punição divina caso o impasse continuasse. Acabou sendo escolhido ele mesmo, adotando o nome Celestino V. Mas o gosto pela solidão falou mais alto e, poucos meses depois, ele renunciou ao papado - gesto que não voltaria a se repetir por vontade própria até Bento XVI, em 2013.

As lições desses episódios históricos ainda ecoam nos bastidores da Igreja. E, diante de momentos de transição como a morte ou renúncia de um pontífice, o mundo católico observa o conclave com atenção - e, agora, com um pouco mais de urgência (e teto intacto).

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