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Fósseis apontam agressividade de dinossauros do Brasil

Pesquisa foi feita em colaboração entre pesquisadores brasileiros e argentinos

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Imagem ilustrativa da notícia Fósseis apontam agressividade de dinossauros do Brasil camera A descoberta foi feita a partir da análise de fósseis encontrados em regiões que hoje fazem parte do Brasil e da Argentina | (Leo Visions/Unsplash)

Um novo estudo liderado por pesquisadores brasileiros revelou que os primeiros dinossauros carnívoros conhecidos, os herrerassaurídeos, já apresentavam comportamentos agressivos entre indivíduos da mesma espécie há cerca de 230 milhões de anos, durante o Período Triássico.

A descoberta foi feita a partir da análise de fósseis encontrados em regiões que hoje fazem parte do Brasil e da Argentina — áreas que, na época, integravam o supercontinente Pangeia.

Os pesquisadores identificaram lesões cranianas compatíveis com mordidas em 43% dos crânios analisados. Segundo os autores, trata-se do registro mais antigo de ferimentos provocados por interações agressivas entre dinossauros, conhecido na biologia como comportamento agonístico.

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Esse tipo de comportamento já era observado em espécies mais recentes, como os grandes terópodes do Jurássico e Cretáceo, mas nunca havia sido documentado com tamanha frequência em dinossauros tão antigos.

A pesquisa foi conduzida pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, da Universidade Federal de Santa Maria (CAPPA/UFSM), com colaboração da Universidad Nacional de San Juan, na Argentina.

Os fósseis analisados pertencem exclusivamente a herrerassaurídeos, grupo de predadores que viveu no início da era dos dinossauros e ocupava o topo da cadeia alimentar.

As lesões, concentradas na região da cabeça, sugerem confrontos diretos — possivelmente disputas por território, alimento ou parceiros. Um padrão típico desse tipo de combate é a chamada face-biting (mordida facial), em que as marcas deixadas nos ossos podem fossilizar-se e ser preservadas por milhões de anos.

Além disso, os pesquisadores observam que o número real de lesões pode ser ainda maior, já que algumas marcas menos evidentes não puderam ser confirmadas devido à má preservação dos fósseis.

A descoberta desafia a visão tradicional de que os primeiros dinossauros eram formas de vida simples e pouco competitivas. Pelo contrário, os herrerassaurídeos já apresentavam comportamentos sociais complexos e agressivos, comparáveis aos dos grandes predadores que surgiriam milhões de anos depois.

O estudo também levanta hipóteses sobre a evolução de estruturas cranianas ornamentadas, que em dinossauros posteriores podem ter evoluído como resultado de interações sociais e seleção sexual.

Por fim, os cientistas destacam a importância da paleopatologia — o estudo de doenças e lesões em fósseis — como uma ferramenta poderosa para investigar o comportamento e a ecologia de animais extintos.

As cicatrizes deixadas nesses crânios funcionam como “janelas para o passado”, revelando aspectos da vida desses animais que vão muito além da sua anatomia.

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A pesquisa reforça o papel central da América do Sul, e especialmente do Brasil, na história evolutiva dos dinossauros e amplia nosso entendimento sobre como esses animais interagiam socialmente desde os seus primeiros passos na Terra.

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