Ter muito dinheiro é o sonho de muita gente, principalmente por poder garantir sustento e qualidade de vida. Porém, o medo excessivo de perder dinheiro pode afetar diretamente na saúde.
O termo pode soar estranho e a condição ainda é pouco conhecida, mas a peniafobia, o medo irracional de empobrecer, tem ganhado atenção de especialistas em saúde mental. Mais do que uma simples preocupação com finanças, trata-se de um transtorno capaz de alterar decisões, prioridades e relações pessoais.
De acordo com o médico e terapeutas, a peniafobia é um estado psicológico crônico, sustentado por ansiedade intensa diante da possibilidade de perder recursos, status ou autonomia. “Não é apenas cautela ou receio. Esse medo vai além da lógica, podendo paralisar escolhas, distorcer a visão de mundo e comprometer o bem-estar”, explicou um especialista.
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A origem do transtorno é multifatorial, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Estudos publicados no American Journal of Psychiatry (2021) mostram que regiões cerebrais ligadas à resposta ao medo, como a amígdala e o córtex pré-frontal dorsolateral, se ativam de forma exagerada em pessoas com histórico de insegurança financeira. Já uma pesquisa da Harvard Medical School of Psychiatry (2018) indica que crianças expostas a instabilidade econômica tendem a se tornar adultos em constante estado de alerta.
Entre os comportamentos mais comuns associados à peniafobia estão: acúmulo compulsivo de dinheiro sem usufruí-lo, dedicação obsessiva ao trabalho em detrimento da saúde, dificuldade extrema para tomar decisões financeiras, conflitos em relacionamentos por desconfiança monetária e sentimento de culpa até em gastos básicos.
Casos reais ilustram a gravidade da fobia. Joana, 38 anos, executiva de marketing em São Paulo, sofre crises de pânico ao usar o cartão de crédito, mesmo com renda mensal de R$ 40 mil. Já Carlos, 55, empresário em Belo Horizonte, evitou qualquer risco financeiro por medo de perder dinheiro. Duas décadas depois, admite que deixou sua carreira estagnar.
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Dados internacionais reforçam a dimensão do problema. Segundo o The Lancet Psychiatry (2020), cerca de 12% da população economicamente ativa em países ocidentais apresenta sintomas de fobias financeiras. No Brasil, levantamento da Fiocruz aponta que 7 em cada 10 pessoas sentem ansiedade intensa diante da possibilidade de perder o emprego ou reduzir o padrão de vida.
Mas há tratamento. médicos recomendam que os primeiros passos sejam buscar diagnóstico clínico e considerar a terapia cognitivo-comportamental (TCC), cuja eficácia já foi comprovada em diversos tipos de fobia. Além disso, é fundamental reestruturar crenças sobre o papel do dinheiro e aliar o acompanhamento psicológico à educação financeira.
O medo da pobreza é tão antigo quanto a própria civilização. Porém, quando se torna fobia, deixa de ser um mecanismo de proteção e passa a ser uma prisão invisível. A liberdade financeira não começa na conta bancária, mas na mente.
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