Jovens gerações buscam vínculos mais livres e desafiam o modelo tradicional de amor romântico, dando origem a novas formas de conexão afetiva, com diferentes níveis de exclusividade e convivência.
Nas últimas décadas, o conceito tradicional de relacionamento tem passado por uma "revolução silenciosa" impulsionada principalmente pelas gerações mais jovens, como os millennials e a Geração Z.
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Estes grupos estão ativamente questionando a necessidade de aderir aos modelos tradicionais de amor romântico e de família, buscando em seu lugar vínculos que priorizam a liberdade individual, apresentando diferentes graus de intimidade, convivência e exclusividade.
Em um mundo cada vez mais acelerado, conectado e individualista, conceitos como agamia, tolyamor, hipergamia feminina e os casais LAT despontam nas conversas, refletindo a tentativa de adaptar o afeto à vida moderna.
Modelo LAT
A tendência de desapego ao formato tradicional reflete-se em números, com o Brasil contabilizando 81 milhões de pessoas solteiras, em contraste com 63 milhões de casadas, de acordo com o IBGE. O casamento formal, embora tenha tido uma leve alta em 2022, permanece abaixo dos níveis registrados antes da pandemia.
Um dos modelos que ganha destaque é o LAT (Living Apart Together, ou "vivendo separados juntos"), no qual o casal mantém um relacionamento íntimo e estável, mas reside em casas diferentes, mesmo que no mesmo bairro, cidade ou país. Essa modalidade é especialmente popular na Europa Ocidental e na América do Norte, atraindo jovens de 20 a 30 anos. Na França, 10% dos casais vivem dessa forma, enquanto na Espanha, o percentual é de 8%.
Segundo especialistas, a opção por morar em casas separadas está ligada ao desejo de preservar o espaço individual e minimizar conflitos de convivência.
A especialista em relacionamentos Sherris Sims Allen disse à revista Brides: “É uma tendência entre solteiros que buscam conexões sem abrir mão do estilo de vida”.
Agamia
A agamia representa a recusa em seguir o modelo de relacionamento romântico tradicional. O termo deriva do grego "a" (não) e "gamos" (união ou casamento), e se aplica a pessoas que não têm interesse em firmar laços afetivos ou legais, frequentemente optando também por não ter filhos.
Para a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, pesquisadora do Numas, parte desse movimento é geracional.
Almeida, em declaração ao Jornal da USP, afirmou que: “As redes sociais e o mundo digital também adiam a vida sexual e os vínculos afetivos tradicionais”.
Ela também observa que os jovens demonstram maior preocupação com temas como sustentabilidade, mudanças climáticas e o próprio desenvolvimento, em detrimento do casamento.
Hipergamia
A hipergamia caracteriza-se pelo envolvimento amoroso com parceiros de um status social, econômico ou de poder mais elevado. No contexto da hipergamia feminina, o foco está em mulheres que buscam relações com homens mais bem posicionados. Embora o conceito tenha raízes antigas — como nos casamentos arranjados —, ele se modernizou. Com a independência financeira feminina e as transformações sociais, a hipergamia contemporânea passou a envolver a ideia de crescimento mútuo, e não apenas a busca por estabilidade econômica.
A especialista em relacionamentos do site Seeking, Emma Hathorn, disse ao The Sun: “Hoje, a hipergamia é sobre evolução conjunta, não sobre interesse”.
Uma pesquisa do Talking Research indicou que 47% dos americanos veem esse modelo de forma positiva, e ele também está em crescimento na China, impulsionado pelo alto custo de vida e pelas desigualdades de gênero.
O Tolyamor
O termo tolyamor foi criado pelo podcaster Dan Savage e descreve casais que optam por ignorar traições ou relações paralelas com o objetivo de preservar o vínculo principal. Esta prática é uma mistura de tolerância com o poliamor, mas se diferencia por não ter o diálogo característico do segundo.
Em uma publicação no Instagram feita em conjunto com Savage, a coach Marie Thouin definiu o tolyamor como: “uma relação monogâmica em que há vista grossa para o que acontece fora”.
Para alguns, o tolyamor é uma forma de evitar o estigma social associado ao poliamor, enquanto para outros, é uma maneira prática de manter o casamento por conveniência, afeto ou dependência emocional e financeira.
Marie Thouin explicou no post: “Há casais que funcionam bem em tudo — filhos, rotina, companheirismo — e preferem tolerar o sexo extraconjugal a terminar a relação”.
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