Em Buenos Aires há diversos estilos de tango. Um deles nasceu no bairro de Villa Urquiza, na décadade 1940, durante a era de ouro do gênero. Mas até hoje resiste por ter características peculiares,como não ser tão encenado e ter no improviso partede seu charme. Além disso, o que se enfatiza é a conexão entre os pares. O paraense Marco Campos,após passar por Porto Alegre,conheceu o estilo em 2012 e ficou encantado.Após fazer cursos por lá,ele passou a ensinar a modalidade em Belém.
“A ideia é promover a sintonia entre os dançantes e desmistificar a noção de que o tango é para ser olhado. Isso também existe,mas não foi assim que começou. Tem a ver com o contato, bem estar, sociabilização.E embora seja também uma espécie de dança de salão, não se dança mecanicamente sempre os mesmos passos, mas se tem o tango para ser ouvido e para o corpo dançar a mesma música, só que nem sempre do mesmo jeito”, explica.
Comuns na capital portenha e também na capitalgaúcha, é nas milongas queo tango é geralmente dançado. Marco passou a frequentaras festas e a observarque há, além dos passosde dança e da técnicacorporal, alguns códigos de conduta da festa. “Não se tira uma mulher para dançar estendendo a mão,como nós fazemos, mas fazendo um movimento com a cabeça”,ilustra, enfatizando que na hora de ensinar a dançar também explica aspectos culturais do tango.
O primeiro contato como tango foi quando Marco viu uma apresentação de professores no meio da rua,em PortoAlegre. E ele imediatamente parou para observar e ver como era possível dançar de forma tão leve e descontraída. Músico de formação, ele passou também a se interessar pelo movimento e pela dança. “Aquela cena me impactou”, relembra, e comenta que ensina o tango não apenas para se aprender a dançar.
“O tango é de coração para coração, você fica alinhado com o seu par e essa é uma maneira de ouvir o outro. O condutor não pode ficar fechado, tem que perceber o parceiro. E criar isso não é da noite para o dia, vem da confiança. Quem é guiado precisa sentir a confiança de quem conduz e quem conduz tem que ter a autoconfiança”, explica oprofessor. “O tango ficou conhecido como um só, mas o estilo de tango salão é diferente do tango de cenário que você coloca no palco. É um estilo que privilegia a caminhada, a musicalidade por excelência, a gente procura terminar homens e mulheres com pés juntos, o casal pisa igual e é um estilo elegante e delicado”, diz a professora Tanira Graeff, que ministrou em Belém o workshop “Tango de Salão”.
Aprenda
Aulas de tango, com Marco Campos
Quando: Terças e quinta-feiras,às 19h, e sábados às 18h
Onde: Trav. Campos Sales,898
Informações: 98259-4120
(Dominik Giusti/Diário do Pará)
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