Marabá, no sudeste do estado, comemorava no próximo sábado (19), a primeira pessoa vacinada, a agente de serviços gerais do HMM, Rosinalva Castro. Desde então, o município ultrapassou a marca de 182 mil vacinados e, embora a situação ainda seja de alerta, há luz de esperança: a vacinação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as vacinas contra a Covid-19 foram testadas em grandes ensaios e estudos controlados que incluem pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, etnias e condições crônicas. No Brasil, todo material utilizado ainda tem que ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de chegar no braço.
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Mesmo com tantos estudos e informações dos especialistas e órgãos competentes, muitas mentiras e questionamentos ainda circulam, criando dúvidas na população, principalmente sobre a segurança e eficácia das vacinas, além da necessidade de tomar todas as doses.
Necessidade do esquema vacinal completo
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), atualizados em 3 de fevereiro, em Marabá a maior taxa de pessoas que não retornam para completar o esquema vacinal estão entre os adolescentes de 12 a 17 anos. Foram 22.929 vacinados com a primeira dose, o equivalente a 75,11% do programado, contra 7.412 vacinados com a segunda dose, o que equivale a apenas 24,28% da meta.
“Já estamos dentro do prazo que essa faixa etária deveria ter tomado a segunda dose. Houve muita empolgação e foi um público que procurou se vacinar no começo, mas não retornou para tomar a segunda dose. Pedimos aos jovens e seus pais que se conscientizem e completem o esquema vacinal”, pede Fernando Gomes, coordenador de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
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As pessoas que se recusam a vacinar ou a completar o esquema vacinal estão entre as principais causas dos aumentos de internações e óbitos no município. Após meses com apenas 2 óbitos, em janeiro o município voltou a registrar 20 mortes e em fevereiro já são 9 óbitos registrados em 11 dias. Segundo dados da Sespa 94% dos pacientes em UTI no estado não estão com o esquema vacinal completo.
“É bem evidente que temos uma variante transmissível e que temos um aumento no número de casos, como vem ocorrendo em todo mundo”, explica o médico infectologista do município, Harbi Othman, destacando que o aumento das estatísticas de mortes não é maior por causa da vacina. “Esse impacto da vacina é visível”, completa.
Vacinação infantil
Atualmente há duas vacinas liberadas para as crianças, a Pfizer e a Coronavac. A médica pediatra, Maria Angélica Carneiro da Cunha, explica que as vacinas atuam com uma partícula do vírus e que não podem induzir infecções ou doenças. “Elas mimetizam o vírus e induzem a imunização. Muitas vacinas no mercado utilizam o vírus enfraquecido. Essa é uma partícula do vírus ou o vírus morto. A vacina não é capaz, pela própria constituição dela, de induzir uma infecção ou a doença”, explica.
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Ela explica que todo medicamento ou vacina existentes possuem efeitos adversos, mas estes não são justificativas para não se medicar ou imunizar. “Temos que colocar na balança o risco e benefício que enfrentamos. É melhor o efeito colateral da vacina ou o risco da doença? A vacina só é liberada depois da fase 3 ou 4 da pesquisa. Não é algo que está sendo experimentado. É algo que já está em fase de controle clínico para a população”, reforça
Ela também ressalta como as fake news têm efeito negativo na atuação dos órgãos de saúde e pede que a população imunize seus filhos. “Os Estados Unidos vacinaram 8 milhões de crianças e não há nenhum caso de morte por vacina. As notícias falsas têm atrapalhado nosso trabalho”.
O infectologista, Doutor Harbi Othman, também desmistifica alguns boatos que circularam pela internet, como a de que a vacina provoca risco de miocardite. “As crianças têm um risco menor de ter miocardite pela vacina do que de desenvolver a doença por causa do vírus da covid. A vacina acaba sendo uma proteção contra miocardite inclusive”.
Estratégias
A secretária adjunta de saúde, Mônica Borchat, explica que a SMS está trabalhando na conscientização e informação à população e que as vacinas continuam disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e que a secretaria retomará a vacinação itinerante.
“Estamos com planejamento para nas próximas semanas iniciarmos a vacinação itinerante, que irá de bairro em bairro buscar essas pessoas para imunização. Ainda temos uma grande caminhada para imunizarmos todas as pessoas de nossa cidade, com todas as doses necessárias. É importante ressaltar que é importante seguir todo o ciclo da forma correta”, conclui.
A diretora de Vigilância em Saúde, Sabrina Acyoli, também reforça a segurança das vacinas. “Os dados e estudos mostram. A vacina é a melhor forma que temos de controlar essa doença. Ela é segura. Por isso pedimos a todos, adultos, adolescentes e responsáveis que se vacinem com todas as doses e vacinem suas crianças”, completa.
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