As operações realizadas pela Polícia Federal têm conseguido desvendar uma cadeia de eventos que culminaram com o descobrimento de fraudes realizadas por um estudante, se fazendo passar por outras pessoas para conseguir a nota suficiente para ingressar em faculdades públicas, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.
A Polícia Federal deflagrou em Marabá no sudeste paraense a Operação Passe Livre III, nesta terça-feira (21) para combate a fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O alvo do mandado de busca e apreensão é suspeito de fazer prova no lugar de outra pessoa, em 2022. Desta vez, a PF descobriu que o jovem fez a prova para seu próprio irmão obter a nota suficiente do Enem para ingressar em um curso da Universidade do Sul e Sudeste do Pará – Unifesspa para fazer o curso de Engenharia.
Na casa do jovem foi apreendido um aparelho celular, que ele jogou pela janela do banheiro ao perceber a chegada da equipe policial. O aparelho será analisado para esclarecer o caso e verificar se há outras fraudes semelhantes. As investigações seguem em andamento.
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O alvo, investigado desde a Operação Passe Livre I, foi beneficiado com a aprovação fraudulenta no Enem 2022 e ingresso irregular no curso de medicina da Uepa. Ele realizou a prova no lugar do seu irmão, conseguindo a aprovação no Enem 2022 e ingresso ilegítimo no curso de Engenharia na Unifesspa. A descoberta foi por acaso, a partir da análise de documentos e eletrônicos apreendidos na primeira fase da operação, em fevereiro.
Na deflagração da primeira fase operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso. Por sua vez, na deflagração da segunda fase, um dos investigados foi preso preventivamente, sendo colocado em liberdade provisória mais tarde, tendo em vista oferecimento e recebimento da denúncia pela Justiça Federal.
Se confirmada a hipótese criminal os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, estelionato com causa de aumento de pena, entre outros.
A fase I dessa operação foi deflagrada em 16 de fevereiro de 2024, também em Marabá. Na ação, foram apreendidos aparelhos celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos. A suspeita é que o investigado que teria realizado as provas falsificou a assinatura no dia da realização do Enem, além de usar documentos falsos. Os três investigados negam as acusações.
O estudante André Ataide, de 23 anos, é o principal alvo da investigação. Ele foi quem teria realizado as provas no lugar dos outros dois suspeitos.
Segundo a Polícia Federal, ele teria realizado a prova para um parente, em 2022; e para um amigo de longa data, em 2023. André teria falsificado a assinatura ao assinar as provas do Enem.
O jovem é estudante de medicina da Universidade do Estado Pará (UEPA) no campus de Marabá, no sudeste do Pará, e está no quinto período do curso. Ele tem bom histórico escolar de notas. (Com informações da Polícia Federal em Marabá)
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