Os distúrbios da tireoide são condições que afetam o bom funcionamento da glândula e podem colocar em risco todo o organismo. A glândula que fica localizada na região anterior do pescoço, é responsável pelos hormônios T3 e T4, triiodotironina e tiroxina, respectivamente, hormônios que atuam em todos os sistemas do nosso organismo.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia diz que ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional.
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Apesar de também interferir na memória, não fez com que Ana Mirla de Souza, de 38 anos, esquecesse o dia em que ela começou a apresentar alguns sintomas que a levou para o diagnóstico de distúrbio na tireoide, que, no caso dela, influenciou diretamente no peso corporal.
Apesar das alterações poderem ocorrer em qualquer período da vida e afetar tanto mulheres como homens, o sexo feminino é o mais acometido pelo distúrbio, como nos conta a endocrinologista do Sistema Hapvida, Fernanda Máximo.
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"A doença da tireoide é uma alteração que acomete cada vez mais pessoas, e as mulheres são 10 vezes mais propensas a desenvolver a doença, em comparação aos homens. O sistema imunológico, estresse, deficiências nutricionais, medicamentos e exposição à radiação e a toxinas são fatores que podem danificar a glândula".
Ainda de acordo com a SBEM, "um dos problemas mais frequentes da tireoide são os nódulos, que não apresentam sintomas. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide, em algum momento da vida. O que não significa que sejam malignos, pois apenas 5% dos nódulos são cancerosos".
Ana Mirla contou como descobriu que estava com o distúrbio
"Eu descobri o distúrbio em 2005, desde então, tive queda de cabelo, sentia dores de cabeça e arritmia. Consultei um clínico geral, fiz os exames e fui diagnosticada com um distúrbio na tireoide. Então, fui encaminhada ao especialista para dar início ao tratamento. Comecei a ter perda de peso, lapsos de memória, irritabilidade, sudorese, tremor, insônia, fraqueza e ansiedade". Contou ela
Apesar de hoje realizar tratamento, a trabalhadora do ramo da logística já o abandonou uma vez, por conta do julgamento de outras pessoas. "No início, tive perda elevada de peso e na transição fiz o uso de vários medicamentos, muito deles caseiros e outros de manipulação, até que um dia me cansei de tantas idas e vindas e, pelo fato das pessoas falarem sobre minha aparência desfigurada, resolvi abandonar o tratamento", relata a mãe de família que hoje tem hipotireoidismo.
No hipertireoidismo, tudo passa a funcionar mais rápido, o tratamento se adequa para cada tipo do distúrbio.
"A pessoa com hipotireoidismo deve tomar hormônio da tireóide pelo resto da vida. Já quando a pessoa é acometida por hipertireoidismo, deve regular os níveis hormonais a valores adequados com medicamentos que bloqueia os excessos de hormônios e se não houver um adequado controle, realizar Iodoterapia para destruir as células da tireoide e converter-se em hipotireoidismo, pois fica mais fácil o controle hormonal", explica a endocrinologista.
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Hoje, Ana consegue controlar algumas das sensações, pois faz uso de alguns medicamentos, apesar da presença da irritabilidade, do aumento de peso e da dificuldade para perder, os resultados dos exames mostram que os hormônios estão controlados.
O que pode ajudar no controle?
Ana chegou a adotar uma alimentação mais saudável e começou a praticar atividades físicas, aliados importantes no controle do distúrbio que fazem parte das recomendações dos especialistas: reduzir o glúten, comer mais frutas, verduras e alimentos ricos em selênio e zinco.
"A alimentação deve ser saudável. Reduzir o glúten, pois muitos pacientes com problemas na tireoide têm intolerância, então diminuir pode melhorar a função intestinal, proporcionando uma melhor absorção das medicações. As frutas e verduras atuam como antioxidantes e entre os antioxidantes mais bem conhecidos estão o betacaroteno, vitamina A e vitamina C que eliminam as toxinas do corpo e são considerados até auxiliares na prevenção contra o câncer. Já o selênio e o zinco também atuam como antioxidantes, além disso, o selênio exerce um papel duplo, pois ajuda a converter T4 em T3", aconselha o médico Fernanda Máximo, e reforça que estas pessoas não devem abusar do repolho, brócolis, couve de Bruxelas, nabos, mostarda, couve- rábano, rabanetes, couve-flor, mandioca, couve, são chamadas agentes causadores de bócio.
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