Fórum de Excelência Industrial destaca inovação e sustentabilidade

Em um momento no qual a Amazônia ocupa o centro das discussões globais sobre clima, desenvolvimento e futuro, Belém recebeu, na última quinta-feira (13), um encontro que buscou traduzir em prática aquilo que o discurso ambiental tem defendido há anos: inovação aliada à sustentabilidade. No Auditório Albano Franco, na sede da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), o Fórum de Excelência Industrial Sustentável reuniu representantes nacionais e internacionais para celebrar soluções que já estão transformando a economia amazônica.

Promovido pela Jornada COP+, movimento multissetorial liderado pela FIEPA, o fórum apresentou nove projetos da indústria que se destacaram por sua contribuição direta à descarbonização da região. As iniciativas foram selecionadas entre 76 inscrições enviadas ao Edital de Cases da Jornada COP+, analisadas por especialistas do Conselho Curador e integrantes do Sistema FIEPA. O objetivo foi identificar aqueles com maior capacidade de inovar, gerar impacto real e inspirar outras empresas.

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PROJETOS PREMIADOS

As iniciativas vencedoras representam diferentes setores, todos com foco em descarbonização e sustentabilidade. Entre os destaques estão:

• “Água para Todos”, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, desenvolvido na Ilha do Combu;
• “Boiteca”, da TRC Agroflorestal;
• “Mega Hubs”, da Vale;
• “Meta Florestal 2030”, da Vale;
• “PRO Carbono”, da Bayer;
• “Transformando resíduos em florestas”, da Mineração Paragominas;
• “Biogás e Transição Energética na Amazônia”, da Guamá Tratamento de Resíduos;
• Projeto de bioeconomia da Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma;
• “Tecnologia Verde para Descarbonização de Veículos Automotores”, da Amazon Rhiira.

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ÁGUA POTÁVEL NO COMBU

O secretário-adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Rodolpho Zahluth, destacou o impacto do projeto desenvolvido na Ilha do Combu. “Nós vimos um paradoxo nas ilhas de Belém, que é cercada de água, mas as pessoas não têm acesso a água potável. A gente conseguiu trazer esse modelo de projeto de captação de água de chuva, de tratamento dessa água, de monitoramento que a gente disponibiliza hoje nas escolas da Ilha do Combu, inclusive de vendedores de água gelada. Então, possibilitando através das crianças, a gente consiga impactar todo o universo das comunidades da Ilha”, explicou o secretário.

Outro destaque foi a fala de Tatiana da Costa Barbosa Iamamoto, responsável pela Amazon Rhiira, ao enfatizar o potencial da tecnologia desenvolvida para o setor de transportes. “Eu quero dizer para vocês que nós estamos prontos (vocês, empresas, governo, pessoas) para descarbonizar toda a frota veicular de vocês e ajudar a cumprir as metas de ESG com um dispositivo ecologicamente correto e economicamente perfeito”, afirmou.

INDÚSTRIA DE BAIXO CARBONO

Além da entrega dos certificados de excelência, o evento marcou o lançamento da Vitrine de Cases da Indústria Sustentável, publicação digital que reúne o resumo de todos os projetos inscritos. A proposta é ampliar a visibilidade de iniciativas bem-sucedidas na Amazônia e estimular sua replicação em outros setores da indústria.

Durante o fórum, também foram apresentadas as "Diretrizes para uma Indústria de Baixo Carbono", conjunto de dez recomendações que estruturam uma nova agenda ambiental, social e econômica para a Amazônia brasileira. As orientações foram construídas por comitês temáticos da Jornada COP+, abrangendo áreas como comunicação e advocacy, infraestrutura, investimentos, economia circular, sociobioeconomia, transição energética, inovação e rastreabilidade de cadeias produtivas.

ARTICULAÇÃO ENTRE SETORES

Os próximos passos da Jornada COP+ até 2030 também foram detalhados, reforçando a importância da articulação entre diferentes setores. "Reconhecemos a importância deste momento da COP30, da agenda de sustentabilidade ambiental e trouxemos de forma muito pragmática e estratégica uma palavra de convergência. Hoje estamos entregando para a sociedade, para o mundo a resposta de que é muito possível valorizar a atividade econômica aliada à conservação ambiental”, afirmou o presidente da FIEPA e da Jornada COP+, Alex Carvalho.

Ele ressaltou ainda que a transição para uma economia de baixo carbono exige cooperação em larga escala. “De forma inédita, tivemos vários e profundos diálogos com o terceiro setor, com a academia, com empresários que aqui estão, com instituições que fazem representações setoriais, com o setor público”, destacou.