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“Telas da Esperança” educa sobre pandemia com arte pelo cinema

O “Telas” é um projeto que tem como requisito mínimo para existir a conexão, o contato.

Imagem ilustrativa da notícia “Telas da Esperança” educa sobre pandemia com arte pelo cinema camera oyce Cursino, uma das idealizadoras do “Telas em Movimento”, em uma das comunidades tradicionais visitadas com o apoio de financiamento coletivo | Divulgação

Projeto de democratização do acesso ao cinema em periferias e comunidades tradicionais em Belém, o “Telas em Movimento” promoveu uma vaquinha virtual para levar assistência emergencial a 80 famílias na pandemia. Impulsionado pelo Matchfunding Enfrente, fundo lançado pela Fundação Tide Setubal, o Telas obteve R$ 33 mil em um mês de campanha, ampliando para 500 o número de famílias beneficiadas.

Durante a distribuição das doações, uma oficina de grafite para jovens e crianças acabou por estimular o surgimento de um segundo projeto. “Uma delas veio até mim e disse que se fosse um super-herói derrotaria o coronavírus”, relata Joyce Cursino, uma das idealizadoras do “Telas em Movimento”.

Nascia ali, ainda no primeiro semestre do ano em que a Terra parou por causa do novo vírus, o “Telas da Esperança”, por meio do qual as cestas básicas eram incrementadas com cadernos de arte-educação desenvolvidos pelo Coletivo Pretinta. A ideia era que as crianças criassem suas histórias de luta contra o coronavírus. Pelo menos cem receberam os kits de arte-educação e criaram seus próprios heróis e histórias.

Um caso chamou a atenção da equipe. “O Homem Andiroba” foi um dos personagens mais criativos por refletir a realidade dos povos quilombolas e ribeirinhos. “O óleo de andiroba tem propriedades medicinais e é uma coisa muito nossa, da região da Amazônia”, explica Joyce, sobre a criação de um dos beneficiários mirins do “Telas da Esperança”. O óleo ou azeite de andiroba é extraído das sementes do fruto da árvore nativa da Amazônia, que pode chegar a 30 metros de altura. É usado na fabricação de repelentes, antissépticos e até anti-inflamatórios.

Talison Luiz, que vive no quilombo Pitimandeua, no município de Inhangapi, no nordeste do Pará, criou a heroína Mara, que podia lançar com as mãos álcool em gel e água e sabão. Destinada a salvar “os idosos e as pessoas do mundo”, a superpoderosa apareceu para salvar um tio do garoto infectado pelo coronavírus.

“O edital do Enfrente deu início a isso tudo”, diz Joyce. A cada R$ 1 doado na plataforma da Benfeitoria, outros R$ 2 eram doados para a entidade beneficiada pelo Matchfunding Enfrente, uma das 30 iniciativas de destaque do Emprendedor Social do Ano.

O dinheiro vinha de um fundo criado pela Fundação Tide Setubal e parceiros. Assim como o “Telas em Movimento”, outras 264 iniciativas foram financiadas em 23 estados brasileiros, totalizando um aporte de R$ 7,2 milhões e impactando 21 mil pessoas. O estopim que o Matchfunding Enfrente proporcionou ao “Telas” só foi possível porque o projeto, ainda que jovem - nasceu em 2019 - está nas periferias, quilombos e comunidades ribeirinhas em maior presença que o próprio Estado.

O “Telas” utilizou parte do dinheiro obtido com o financiamento coletivo para elaborar uma campanha de comunicação mais efetiva sobre os riscos da Covid-19 e como se prevenir. Foram elaborados e distribuídos manuais. Coletivos de comunicação comunitária receberam apoio em ações para instalação de faixas informativas, com custeio de carros de som com avisos sobre a doença. Destinaram verba para mobilização de agentes de saúde em locais distantes, incluindo a ida de psicólogos às comunidades.

O “Telas” é um projeto que tem como requisito mínimo para existir a conexão, o contato. Por causa da pandemia, a equipe descobriu novas formas de se conectar e que estar perto nem sempre é físico. “Fizemos toda uma comunicação voltada para falar com a nossa comunidade, com as periferias com as quais nos conectamos por meio desse projeto”, explica Joyce.

Realizador do “Festival de Cinema das Periferias da Amazônia”, o “Telas em Movimento” prova que é mais que um evento. “Aconteça o que acontecer nessas comunidades, vamos reagir a isso com arte, cinema e comunicação”, destaca Joyce.

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