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SOM DE PRETO

Festival Bambata Brothers começa hoje com som black

Festival é realizado pelo duo formado pelos DJs Gerson Júnior e Jeft Dias

Imagem ilustrativa da notícia Festival Bambata Brothers começa hoje com som black camera Yara Mc e o grupo DaBruca Clan. | Foto: Divulgação

Que tal curtir aos domingos neste mês de julho, soul, funk, rap e tudo que é feito pela comunidade preta ao redor do mundo? Essa é a proposta do “Festival Bambata Brothers”, que reúne diversos artistas paraenses e convidados.

O evento ocorrerá durante três finais de semana e, nesta estreia, quem se apresenta é Fé no Batuque e Mariza Black, com uma roda de samba, o rap do coletivo Dabruxa Clan, com participação da cantora Yanna MC, além da dupla de DJs Bambata Brothers, com um set de hip hop, funk e soul. Toda a programação será transmitida ao vivo a partir das 19h pela plataforma de streaming de vídeo no canal da Twitch do Rap Falando, com acesso gratuito. O evento foi contemplado na Lei Aldir Blanc.

Domingo (11) tem a última live do Arraial do Pavulagem

O duo Bambata Brothers, formado pelos DJs Gerson Júnior e Jeft Dias, desde 2014 realiza uma programação que reúne oito atrações em um único dia, mas somente agora, sete anos depois, o evento se apresenta como um festival de fato, incluindo três dias de programação (além de hoje, haverá programação ainda nos dias 18 e 25 deste mês) com shows e discotecagem que fazem um apanhado de diversos ritmos da música negra.

“Na primeira festa a gente já decidiu começar grande, trazendo o KL Jay [do Racionais MC’s], porque a gente queria se consolidar como ‘aquela festa que só toca música black’”, explica Gerson Júnior. “Então vamos pinçando cada elemento e cada artista desses estilos e vamos fazer um festival bem rico musicalmente falando”, comenta.

É assim que o samba entra na programação. Geraldo Nogueira, intérprete, percussionista e idealizador do Fé no Batuque, projeto que surgiu no bairro do Jurunas, onde ele mora, explica que a ideia do projeto veio a partir de influências da roda de samba Terreiro de Criolo, no Rio de Janeiro, que ele costumava frequentar.

“No Terreiro sempre tem a imagem de dois Pretos Velhos e eu resolvi colocar a de São Jorge e a de Seu Zé na roda. Eu sou umbandista, alguns integrantes são também, e a gente resolveu trazer essa mensagem da umbanda, da manifestação do espírito para a prática da caridade”, conta.

No festival, Geraldo se apresenta com Mariza Black, uma referência do samba paraense. “A gente sabe que a Mariza já tem um tempo de estrada, vem trabalhando músicas autorais, e a gente fica feliz de estar ao lado dela, fazendo esse som maravilhoso, sabendo toda a expressão que a Mariza tem no samba. É um momento de muita felicidade”, afirma.

Quem também vai fazer som no evento é a Yara Mc, rapper e integrante do coletivo Dabruxa Clan. Ela começou no rap em 2019, em batalhas de rima de Belém e Ananindeua. Insatisfeita com todas as demandas de uma mulher travesti preta silenciada pela sociedade e pela falta de tal representatividade na cena do rap, em 2020 escreveu a primeira canção que retrata o cotidiano da população trans na periferia, a violência que os corpos dessas pessoas sofrem e como se empoderar diante do cenário de transfobia.

A Dabruxa Clan, ideia da Braba MC, também foi influenciada por mulheres pretas, artistas que não tinham a visibilidade e o prestígio merecido, e que sempre enfrentaram lutas diárias para manter o sonho de viver da música e da arte. Segundo Yara, a participação do coletivo no festival “Bambata” - que já foi previamente gravado - é de suma importância.

“Devido o espaço de fala, pela estrutura que nos foi proporcionada, e pela valorização da arte da mulher preta nortista e periférica. Esse espaço foi um marco para a Dabruxa Clan”, explica. “Todes que acompanharem o nosso show podem esperar por letras potentes e necessárias, que falam sobre o racismo, a transfobia, o machismo e todas as violências que os nossos corpos estão sujeitos. E, também, letras que falam sobre a importância do afeto entre nós mesmas, sobre como cultivar o amor próprio e autoestima mesmo com todas as dificuldades”, acrescenta.

A ideia é ampliar a força da música preta amazônica para o resto do Brasil, e Gerson aposta na plataforma de streaming Rap Falando para alcançar um público muito maior. “É um canal nacional que tem muito mais visibilidade que a gente, e abraçou essa ideia na hora, porque eles querem estar conectados no Norte. Eu acredito que para os artistas vai ser muito promissor, vai ter muita gente vendo”, comemora.

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