Como Santo Antônio se tornou popular

Católicos no mundo todo celebram, nesta segunda-feira (13), o Dia de Santo Antônio, um dos mais populares da Igreja. Em Belém, missas serão realizadas em diversas paróquias para encerrar a "trezena" - os 13 dias de orações e celebrações dedicadas ao padroeiro. Além de “casamenteiro”, Santo Antônio também é conhecido por ter trabalhado a partilha e a generosidade, distribuindo pães aos pobres e transmitindo os ensinamentos de Jesus Cristo.

O gesto dele é repetido até hoje por seus devotos que, costumam pagar as promessas feitas à ele distribuindo pão para pessoas que passam por necessidades. Durante a manhã, a distribuição e entrega de pães foi realizada na Igreja dos Capuchinhos, no bairro de São Brás, em Belém. À noite haverá uma procissão luminosa.

A devoção ao santo ganhou também características culturais que se entrelaçam a simpatias, folclore e tradições populares. A mais conhecida talvez seja o gesto de colocar uma imagem do padroeiro de cabeça para baixo na noite do dia 12 de junho para o dia 13. Isto atrai, segundo os fieis, casamento.

Nasceu em Portugal. O ano exato ainda é motivo de incertezas para estudiosos. Uns defendem que o nascimento dele foi no ano de 1195, outros em 1188. Ele faleceu em 13 de junho de 1231, na Itália. Em alguns lugares é denominado de Santo Antônio de Lisboa, por ter nascido em Portugal. Já em outros lugares, Santo Antônio de Pádua, por ter morrido em Pádua, na Itália.

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Para a historiografia, ele foi um homem notável do seu tempo: intelectual, o frade circulou por parte considerável da Europa do século 13 e ajudou a consolidar o papel dos franciscanos.

Como Santo Antônio se tornou popular e ganhou a fama de "casamenteiro"?

O curioso sobre a história do religioso é que nenhum documento que serviu para justificar a canonização atribui a intercessão para que alguém conseguisse casamento. No total, foram 53 milagres atribuídos a sua intercessão. A maioria relacionada a problemas de saúde, de paralisias a surdez, passando pela fantástica história de uma menina que teria morrido afogada e voltado a viver.

Existem três linhas de estudos que podem indicar a fama de casamenteiro de Santo Antônio. A primeira é que, ainda em vida, ele teria sido um grande opositor dos casamentos combinados por interesse entre famílias, o que ele chamava de mercantilização do sacramento. Defendia que os casais fossem formados por amor.

A outra versão, com contornos de lenda, diz que Antônio teria desviado, certa vez, donativos recebidos pela Igreja para ajudar uma moça a conseguir dinheiro suficiente para o dote que era necessário ao seu casamento.

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Uma terceira versão aponta para uma jovem pobre que queria se casar e rezou para o santo. "Dizem que um dos primeiros milagres dele foi na vida de uma jovem que estava sem dinheiro para se casar. Ela rezou para Santo Antônio e uma estátua dele teria lhe dado um bilhete, no qual estava escrito que era para levar o recado ao comerciante da cidade, que daria a ela, em moedas de prata, o peso do papel", conta Leandro Faria de Souza, doutor em ciência da religião pela PUC-SP.

Festas juninas

Quanto as festas juninas, a tradição surgiu na Europa no século XIV. No Brasil, os costumes de homenagear os santos do mês de junho foram trazidos pelos portugueses e readaptados com a inserção de valores de negros e indígenas, como o boi-bumbá, a utilização da mandioca para a composição de pratos típicos e algumas danças.

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A tradição das fogueiras também foi trazida do continente europeu e representava o aviso a Maria do nascimento de João, filho de sua prima Isabel. Os fogos de artifício, por sua vez, representam para alguns o despertar de João. Em Portugal, o uso das bombas e rojões serve para espantar os maus espíritos.

Foi reconhecido como um dos grandes teólogos da história da Igreja Católica e recebeu o título de doutor da Igreja em 1946, pelo papa Pio 12.