Musa inspiradora de pintores e de compositores, não poderia deixar de ser para escritores. Nos seus 407 anos de fundação, repleta de histórias, polo de construção social e cultural, Belém não poderia deixar de ser não só retratada como espaço de enredos, mas também como personagem de obras literárias. Bora ver quais são?
O primeiro da lista é o romance “Belém do Grão Pará”, de Dalcídio Jurandir. Só desse livro, já dava para fazer um post completo, mas vou me conter. Vários pontos chamam a atenção no romance, mas quero destacar o fascínio pela arquitetura azulejada dos casarões da cidade.
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O segundo livro é a HQ “Castanha do Pará” (vencedor do prêmio Jabuti), de Gidalti Jr. Nele, vemos a cidade pelos olhos de um protagonista que sentem as dores da violência e da marginalização. Uma leitura provocativa e necessária para o que vivemos hoje.
O terceiro livro é “O assovio da Matinta Perera”, de Preto Michel. Nesse livro, e por esse livro, a gente ressalta a literatura feita na periferia, além de dar para essa margem da cidade a mesma importância que os antigos escritores davam para aqueles que continham a sabedoria e o conhecimento por meio das tradições orais.
O quarto livro é o romance “Os Éguas”, de Edyr Augusto (homenageado na feira do livro de 2022). Nessa obra, estamos em Belém nos anos de 1980, numa cidade que se reflete no ritmo atordoado e sufocante dos personagens. Belém é uma cidade em ruínas, não na estrutura física, mas na sua condição social.
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O quinto livro é algo fora da curva comparado aos anteriores, já que não se trata de uma obra ficcional. O livro se chama “Faces da cidade”, da arquiteta Jussara Derenji, é um compilado de crônicas sobre a capital paraense, ora estonteante pela sua arquitetura colonial e belle epoquiana, ora esquecida e abandonada.
E aí, qual outro livro não pode ficar de fora dessa relação de leitura da cidade de Belém???
Priscila Ferreira Bentes é jornalista, mestre em História e produtora de conteúdo literário.
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