Quadrilhas de Belém já ensaiam o balancê

Ainda não é São João, festejado apenas no mês de junho, mas os grupos de quadrilha já entraram no ritmo junino. O grupo “Sedução Ranchista”, que há 26 anos integra a tradicional escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná, do Jurunas, em Belém, por exemplo, já estão em preparativos intensos que vão desde a confecção das vestimentas dos brincantes aos ensaios da coreografia a ser apresentada nos festivais de quadrilha. Para este ano, eles fazem uma homenagem à região Nordeste.

“Estamos nos preparativos desde novembro do ano passado, junto com os preparativos da escola de samba. Mas, entramos no ritmo dos ensaios desde janeiro, de maneira bem intensa na quadra do Rancho, com nossos 40 brincantes para que possa ficar tudo alinhado, principalmente na coreografia que será apresentada nos eventos”, declarou Marcos Vinicius, coordenador da Sedução Ranchista.

O principal objetivo do grupo jurunense é a participação nos eventos oficiais, como o concurso de quadrilha da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), que reúne os grupos da capital, e o promovido pela Fundação Cultural do Pará (FCP), do Governo do Estado, que agrega coletivos de todo o Pará, marcadas para o mês de junho. “Em 26 anos de existência, nosso grupo nunca venceu esses concursos. Por isso, além do prazer de dançar quadrilha e gostar dos festejos juninos, estamos nessa intensidade para tentar conquistar”, completou Marcos Vinicius.

Para conquistar esse objetivo, o grupo Sedução Ranchista participará de apresentações que servirão de treino para os eventos oficiais. “No próximo dia 5 de maio iremos participar do concurso de ensaio, que vai reunir 10 grupos de quadrilha da cidade. Depois, no dia 31 de maio, iremos fazer a abertura da nossa quadra junina para toda a comunidade jurunense na sede do Rancho, quando iremos revelar o tema-enredo, assim como fazer uma apresentação com toda vestimenta igual como será apresentada nos desfiles oficiais”, disse Silvio Baía, presidente da Sedução Ranchista.

Social

Mas, para a direção do grupo, mais do que viver e participar dos festejos juninos, o mais importante é o contexto social envolvido em toda a organização dos preparativos e a posterior apresentação oficial nos eventos.

“A filosofia do rancho é de contribuir para a construção social, em todos os sentidos. Por isso, incluímos jovens no nosso grupo para que desfilem na quadrilha e pratiquem outras atividades, para que tenham acesso à cultura por meio dessas manifestações populares”, concluiu Silvio Baía.

HISTÓRICO

A Quadrilha Junina Sedução Ranchista foi fundada no dia 15 de abril de 1997, a partir da extinção da quadrilha “Tradição Junina”. Foi incorporada pela tradicional Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, e vem desde então pautando seu trabalho na pesquisa visual e coreográfica, buscando assim, inspiração nas raízes folclóricas e culturais brasileiras para expor seu trabalho.