Os R$ 800 mil que Gusttavo Lima cobrou da prefeitura de São Luiz, cidade com o segundo menor PIB de Roraima, são equivalentes a 266 vezes o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas, que diminuiu de R$ 45 mil para R$ 3 mil durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Zé Neto e Cristiano recebem R$ 400 mil em dinheiro público
O show virou alvo de investigação do Ministério Público de Roraima, que pediu esclarecimentos à Prefeitura de São Luiz sobre a origem do dinheiro e qual será o retorno da apresentação para os moradores da cidade.
A cidade, localizada a 275 quilômetros de Boa Vista, a capital do estado, tem 8.232 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. É como se cada morador, entre adultos e crianças, estivesse pagando um ingresso de cerca de R$ 100 para custear o cachê do cantor.
A investigação surge cerca de uma semana depois de Zé Neto, da dupla com Cristiano, ter criticado Anitta e dito que os sertanejos são artistas que não precisam da Rouanet, isto é, de dinheiro público.
A declaração viralizou nas redes sociais, onde os internautas questionaram os cachês de centenas de milhares de reais que prefeituras de cidades Brasil afora, muitas delas de pequeno porte, pagam aos artistas do gênero, escancarando que eles usam, sim, dinheiro público, embora não recorram à Rouanet.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com a prefeitura e aguarda um posicionamento da assessoria de imprensa de Gusttavo Lima, contatada ao meio-dia desta quarta-feira (25).
Ao G1, o prefeito de São Luiz, James Batista, do Solidariedade, disse que "o evento trará receitas diretas para as contas do município que permitirão o pagamento de todas as despesas, incluindo os cachês dos artistas".
O show, que faz parte de uma vaquejada, está marcado para dezembro. Além de Gusttavo Lima, vão se apresentar na festa a dupla César Menotti & Fabiano e a cantora Solange Almeida.
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