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"Ainda estou aqui" retoma polêmica sobre Roberto e Ditadura

O icônico cantor Roberto Carlos fará show em Belém nesta segunda-feira (30), em meio a discussões sobre sua atuação durante a ditadura militar, tema reavivado após o lançamento do sucesso brasileiro de bilheteira "Ainda Estou Aqui", filme de Walter Salles.

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Imagem ilustrativa da notícia "Ainda estou aqui" retoma polêmica sobre Roberto e Ditadura camera O debate sobre o artista na ditadura foi reacendido após o lançamento do filme de Walter Salles | Folhapress e AGnews

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, alcançou grande sucesso de bilheteria, tornando-se a quinta maior bilheteria nacional até o momento. Desde sua estreia em 7 de novembro, o longa arrecadou R$ 62,7 milhões. A produção retrata a história real da família Paiva, que enfrenta o desaparecimento do ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello. O filme acompanha a trajetória de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, em sua busca por respostas durante o período da ditadura militar.

A trilha sonora do filme inclui a música É Preciso Dar um Jeito Meu Amigo, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, que reflete o contexto vivido no Brasil no final dos anos 1970. No entanto, a relação de Roberto Carlos com o regime militar continua sendo alvo de discussões e polêmicas, seja em rodas de conversas ou revistas e jornais. O artista se apresenta em Belém, nesta segunda-feira (30).

Homenagens durante a Ditadura Militar

Durante a ditadura, Roberto Carlos foi homenageado em diversas ocasiões por lideranças militares. Em 1969, o cantor recebeu a medalha da Ordem do Mérito Militar das mãos do então presidente Emílio Garrastazu Médici. Reportagens publicadas na época, como no jornal O Estado de S. Paulo, destacaram que a honraria foi concedida em reconhecimento ao impacto cultural e popular de Roberto Carlos no Brasil, especialmente por suas contribuições à Jovem Guarda, que, para muitos, desviava a atenção da repressão política em curso.

Em 1973, o cantor recebeu a Medalha do Pacificador das mãos do general Humberto de Souza Mello, uma honraria concedida a militares ou civis que de alguma forma contribuíram com o Exército. Segundo a justificativa publicada no Boletim do Exército, a medalha foi concedida "pela inestimável colaboração prestada ao Exército", em especial durante a realização de sua IV Olimpíada. Ele foi listado entre os “artistas que se uniram à revolução”, se referindo ao Golpe de 64.

O cantor também participou de eventos oficiais promovidos pelo governo militar. Segundo um artigo da revista Veja, de 1971, Roberto Carlos foi convidado para um jantar no Palácio do Planalto, onde se encontrou com altos oficiais e figuras importantes do regime. Esses encontros, que incluíam performances musicais, eram utilizados pelo governo para fortalecer sua imagem pública.

Críticos discutem a postura do artista no período

A ausência de críticas de Roberto Carlos ao regime sempre foi interpretada de diferentes maneiras. Para o historiador Carlos Fico, em entrevista ao El País, o cantor representava uma "neutralidade conveniente". "Ele não se posicionava contra o regime, mas também não o defendia diretamente. Isso o tornou uma figura útil para a ditadura, que precisava de símbolos de unidade nacional e normalidade cultural", afirmou Fico.

Outro ponto de polêmica foi a declaração pública de Roberto Carlos, em 1972, ao jornal Jornal do Brasil, na qual ele afirmou: "Minha música é para as pessoas, para tocar os corações. Nunca me envolvi com política e não pretendo me envolver." Críticos apontam que essa postura, embora legítima, contribuiu para afastar questões urgentes da cultura popular, especialmente no momento em que outros artistas estavam sendo perseguidos ou censurados.

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"Ainda Estou Aqui" e as discussões sobre o regime militar

Essa relação histórica voltou a ser discutida recentemente com o lançamento do filme Ainda Estou Aqui. Nas redes sociais, muitos espectadores questionaram a escolha da música de Roberto Carlos para a trilha sonora, lembrando um suposto alinhamento com o regime. Já outros argumentaram que a inclusão da música reflete o contraste entre o silêncio do cantor e a luta de figuras como Eunice Paiva, que posteriormente lutou pelos direitos indígenas sobretudo na Amazônia.

Para alguns críticos, como Isabela Boscov, da Folha de S.Paulo, a trilha sonora funciona como uma metáfora para o contexto histórico do Brasil. "A música de Roberto Carlos, mesmo em sua neutralidade, é inevitavelmente parte da narrativa daquele período. Ela representa a complexidade de viver e se expressar em tempos de censura e repressão", escreveu Boscov.

Show em Belém

Roberto Carlos se apresentará para milhares de pessoas no Estádio Mangueirão, maior praça esportiva do Estado do Pará, em Belém.

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