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André Nunes traz à tona o Xingu profundo

Toda vez que volta à superfície, após um mergulho nas próprias origens, o escritor André Nunes deixa os leitores mais sábios do que eram quando nem supunham que virariam passageiros dessas viagens ao Xingu profundo. O embarque para a próxima aventura está

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Toda vez que volta à superfície, após um mergulho nas próprias origens, o escritor André Nunes deixa os leitores mais sábios do que eram quando nem supunham que virariam passageiros dessas viagens ao Xingu profundo. O embarque para a próxima aventura está em “Minha Doce Puta – Um Romance na Terra do Meio do Mundo”, lançado no último dia 12.

Para tornar ainda mais emocionante o novo capítulo da carreira do autor – que se lançou tardiamente ao ofício de escritor, depois dos 60 anos de idade, mas produz como um jovem que acaba de descobrir o talento -, a estreia de “Minha Doce Puta” comporta ainda três relançamentos de livros que já estavam esgotados: “A Agenda do Velho Comunista”, “A Batalha do Riozinho do Anfrísio” e “Xingu – Causos & Crônicas”.

“Doce Puta”, “Xingu” e “A Batalha” compõem uma trilogia de narrativas que rompem com os limites cronológicos e traem a sequência linear dos fatos. Um jeito de contar histórias que torna André, pelo condão da memória e da inteligência, um cidadão maior do que o lugar que o tempo lhe reservara no espaço. Um cuidador da história, cioso em impedir que ela se esvaia entre os dedos nestes dias líquidos de conhecimento ralo.

Na trilogia estão as vidas do escritor e de seus antepassados, com suas conquistas e fracassos, armistícios e enfrentamentos, poesia e prosa misturadas nas mesmas lembranças. Os livros revelam também os diferentes contextos que desaguam na atual conjuntura: a de um Xingu ferido, veia cindida de uma Amazônia magoada, com as águas turvadas por quem das mesmas águas se saciou.

Mas que ninguém se engane. André Nunes não conta histórias com o dedo em riste, vertendo palavras de ordem nem balançando bandeiras disso ou daquilo. André, como bom gourmet que é, serve deliciosas narrativas, cheias de humor e emoção, muito bem temperadas pela realidade, na dose certa, estalando aqui e ali, na língua de quem lê, um gosto mais apimentado, ora azedo, eventualmente doce, até mesmo amargo.Esse modo de dizer faz de André, como já observou o jornalista Lúcio Flavio Pinto, um fiel representante do “roman à clef”, o romance de ficção cuja chave para a compreensão está na verdade da História e na singularidade dos personagens, talhados à imagem e semelhança de gente de carne e osso.

Em “A Batalha do Riozinho do Anfrísio”, André Nunes nos conecta com os pioneiros que desbravaram Altamira, a cidade mais importante da região, e seus sucessores, nem todos bem sucedidos. Em “Xingu”, alguns desses personagens voltam a emergir numa coletânea de causos em que o escritor também se apresenta como cidadão do mundo, embora seja para sempre um homem da Amazônia, seu primeiro e mais importante mundo.

Do centro desse mundo, a Terra do Meio, onde André viveu e de onde saiu, sem permitir que ela saia de dentro dele, brotam os episódios de “Minha Doce Puta”. Agora não mais povoado pelas eternas lembranças, mas pela vivência acesa de quem passou a enxergar o tempo e procurar seu espaço quando se encerrava a 2ª Grande Guerra e se iniciava a cisma que até hoje define humores, provoca rancores e decide destinos em todo o Planeta.

“Minha Doce Puta” nos convida a rir e chorar com André Nunes, enxergando a Amazônia pelos sábios olhos dele, sua aguçada percepção da realidade, sua pródiga vocação para a boa prosa e a generosa porção dele que fica para sempre dentro de nós, quando compreendemos que estamos todos no mesmo barco – e o mar da história anda agitado.

(Paulo Silver/Especial para o Diário do para´)

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