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MERCADO DE GAMES

Trabalhar com produção de jogos vai muito além da diversão 

Profissionais que fazem games para todo tipo de plataforma precisam estudar e entender como funciona o mercado, que cresce cada vez no Brasil e também no Pará. Confira o que dizem professor e estudantes

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Imagem ilustrativa da notícia Trabalhar com produção de jogos vai muito além da diversão  camera Tiago Danin, 24 anos, não só já desenvolveu o seu próprio game para dispositivos móveis, como já consegue monetizar o produto. | ( Divulgação )

O mercado de games no Brasil ultrapassou a marca de 2,3 bilhões de dólares em 2021, levando o país a ser o 10º maior mercado do mundo, de acordo com dados da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames).

Junto com o fortalecimento desse setor no país, crescem também as possibilidades de atuação profissional na área, com o aumento do número de estúdios de desenvolvimento de jogos em todo o país, incluindo a Região Norte e o Estado do Pará. Para quem está se formando ou já atua na área de tecnologia, o cenário aponta enorme um potencial de crescimento do mercado de games no Pará.

O levantamento mais recente e mais abrangente sobre o ecossistema de jogos digitais no Brasil, a “Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022”, da Abragames, aponta que o Brasil passou de 133 studios de games em 2014, para 1009 em 2022. Studios é como são chamadas as empresas formadas por diferentes profissionais que se dedicam à criação e ao desenvolvimento de jogos. Ainda que o menor percentual dessas empresas esteja na Região Norte, o que se observa é um crescimento acelerado nos últimos anos, também na região.

O professor da disciplina de desenvolvimento de jogos dentro da graduação em análise e desenvolvimento de software do Instituto Federal do Pará (IFPA), Andracir Alves Oliveira, considera que, apesar da Região Norte ter o menor percentual de desenvolvedoras de jogos no país, ela foi a que mais cresceu proporcionalmente.

“No gráfico da pesquisa da Abragames, que é a pesquisa mais consistente que se tem a respeito, você vai ver que a maior parte do desenvolvimento se concentra nas Regiões Sul e Sudeste, mas já se começa a perceber a Região Norte com um certo crescimento”, destaca. “Para se ter uma ideia, nós temos, hoje, na Região Norte, 20 studios e em 2018 só havia dois, então, proporcionalmente, nós somos a região que mais cresceu, embora sejamos a menor”.

Os dados também revelam um cenário interessante no Estado do Pará, na medida em que se observa que, das 20 desenvolvedoras da Região Norte, sete estão no Pará. Para além dos studios, o professor lembra que o mercado ainda envolve o trabalho de desenvolvedores independentes, os chamados ‘game dev indie’, o que amplia em muito esse cenário.

“Esse é o empreendedor individual. Nesse caso, você não depende de estar empregado em algum lugar, você pode fazer uma iniciativa, desenvolver o seu próprio jogo e publicar para que esse jogo pode ser baixado no mundo todo”, explica. “Embora ainda não tenhamos um curso superior exclusivo para isso, a gente começa a ter nos cursos de computação, disciplinas voltadas para aplicativos e para desenvolvimento de jogos. A partir dessa mão de obra que a gente começa a qualificar e do interesse dos alunos ou dos jovens em geral, isso faz com que eles comecem com essa iniciativa pessoal a ter mais visibilidade”.

MONETIZAÇÃO

Exemplos práticos desse interesse estão presentes na própria sala de aula na qual o professor Andracir ministra a disciplina de desenvolvimento de jogos. Aluno do curso de desenvolvimento de software do IFPA, Tiago Danin, 24 anos, não só já desenvolveu o seu próprio game para dispositivos móveis, como já consegue monetizar o produto.

“Foi uma oportunidade que eu vi depois que eu comecei o curso de análise e desenvolvimento de software. Eu pretendia trabalhar na área de back-end, mas eu acabei trabalhando em uma empresa que eu acabei mexendo com a área de mobile. Era uma área que eu não tinha experiência, mas que fui crescendo e a partir daí também surgiu o interesse de fazer jogos para mobile. É algo que está no nosso dia a dia de jovem. A gente gosta de jogar e de ter um entretenimento no dia a dia, então, por que não fazer um jogo?”.

Dentre os jogos que ele já desenvolveu até então está o Slime Dungeon, que pode ser baixado na Google Play. A partir da possibilidade de aplicação de anúncios no jogo, ele consegue ter um retorno financeiro do produto que desenvolveu. “Eu não ganho muito dinheiro com ele porque eu preciso estudar mais um pouco sobre como atrair o público-alvo. Eu vi que o jogo teve um leve pico, mas depois as pessoas param de jogar porque não tinha algo novo no jogo. É um erro que eu não quero cometer em outro jogo que já estou desenvolvendo, então eu vou desenvolver mais fases e mais variedade para ele”.

Após concluir o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), é que ele pretende se dedicar ao novo jogo. Habilidade que ele pode desenvolver mesmo antes de concluir a graduação. “Estou desenvolvendo um jogo que eu pretendo lançar no ano que vem. Não estou trabalhando nele no momento, devido ao meu TCC, mas a base do jogo já está pronta”, considera, ao apontar como as aulas da graduação lhe ajudaram.

“Nas disciplinas de desenvolvimento de aplicativos e de desenvolvimento de jogos eu pude ver como otimizar um jogo corretamente porque, quando a gente trabalha com celular, é diferente de quando a gente está trabalhando com console. Com console a gente tem um recurso de hardware que é quase ilimitado, mas no celular a gente não tem isso. Então, a gente tem que fazer tudo muito detalhado porque qualquer coisa que a gente coloque no jogo de muito detalhe pode dificultar o processamento e se a gente colocar poucos detalhes pode dificultar para o usuário testar aquele jogo”.

Competições ajudam a ganhar experiência

Foi, também, a partir do conhecimento adquirido durante a graduação que o estudante Carlos Eduardo Marques Pereira, 23 anos, também passou a ver o universo dos games como uma oportunidade profissional.

Colega de Tiago Danin no curso de desenvolvimento de software do IFPA, ele também já atuou no desenvolvimento de alguns jogos em parceria com uma equipe de amigos. “Eu já atuo na área de programação e desde o começo eu sempre tive bastante interesse de desenvolver jogos, eu e alguns amigos meus.

Inclusive, a gente já chegou a participar de competições, o que é uma coisa bastante interessante porque é uma área que abraça muitos setores”, considera. “Por exemplo, na competição que a gente participou a gente tinha um músico, que também desenvolvia o enredo, eu que desenvolvia os designs 3D porque tem esse lado artístico também e outro que estava fazendo mais a parte de programação e lógica. É uma área de muitas profissões”.

“Quando a gente é criança a gente não imagina usar os games para receber dinheiro, mas é muito legal porque quando você trabalha com o que gosta, você não trabalha um único dia na sua vida. Então, quando você percebe que além de se divertir com os jogos você também pode ganhar dinheiro com aquilo, porque é uma área que está crescendo bastante, é muito interessante”, avalia. “Eu tenho bastante interesse em continuar nessa área”.

ATUAÇÃO

Quando a atuação em desenvolvimento de jogos se dá como no caso dos estudantes, através da atuação independente, o empreendedor acaba ficando responsável por atuar nas várias frentes que envolvem o processo, mas o professor Andracir Oliveira lembra que no caso da formação de um studio, são muitos os profissionais envolvidos.

“Não é só o desenvolvedor, precisa de um contador que entenda e goste de jogos, de um advogado que entenda de jogos, do marketing, do financeiro. E para a área técnica você precisa do pessoal ligado exclusivamente ao desenvolvimento”.

O professor lembra que quando um desses profissionais tem a ideia de um novo jogo, se ele tiver uma equipe trabalhando com ele, o próximo passo é debater a ideia com os demais profissionais para que se inicie um roteiro para o game.

“Vai ser preciso de um roteiro, como um roteiro de cinema mesmo, que normalmente são profissionais de letras que atuam. A partir daí, a equipe parte para pensar nos cenários e aí tem a pessoa que desenvolve os personagens, que desenvolve os mapas quando o jogo é em campo aberto, então, esse cenário todo é um lado do designer que muitas vezes o indivíduo nem programa, ele é mais um artista visual”, considera.

“Aí, sim, que vamos entrar realmente nos programadores para desenvolver realmente os jogos. Depois disso, tem o marketing e a promoção. Então, tem todas as fases da criação de um produto em si”.

EM NÚMEROS

Mercado

1009

Estúdios de jogos estão espalhados pelo Brasil. Em 2018, o número de desenvolvedoras era de 375.

12.441

pessoas estão formalmente empregadas na indústria brasileira de desenvolvimento de jogos

LOCALIZAÇAO

57% dos estúdios estão na Região Sudeste do país.

21% estão na Região Sul

14% na Região Nordeste

6% na Região Centro-Oeste

3% na Região Norte.

PRINCIPAIS PLATAFORMAS

38% - Smartphones e tablets

20% - Computadores

17% - Consoles

13% - Web

9% - Realidade virtual e Realidade aumentada

2% - Outros

0,4% - Redes sociais

Fonte: Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022 – Abragames.

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