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COMO SE FALA NO PARÁ

"Paraensês" está em livros e hita com influenciadores na web

A a experiência e a juventude se unem em uma só missão: manter acessa a chama do linguajar paraense para as próximas gerações.

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Imagem ilustrativa da notícia "Paraensês" está em livros e hita com influenciadores na web camera Tiane Melo, a "Manga Poética", e o decano Raymundo Mário Sobral: gerações diferentes e amor igual pelo "paraensês" | Reprodução

O que tem a ver o decano do Jornalismo paraense Raymundo Mário Sobral, de 86 anos, com a jovem e internáutica Tiane Melo, de 30 anos, que é conhecida nas redes como Manga Poética? Ambos têm um evidente amor pelo dialeto paraense e se dedicam, cada um na sua trincheira, a mantê-lo vivo. Seja nas páginas de papel ou nos posts de Instagram, as palavras que marcam a identidade do Estado atraem grande interesse. O livro do “Comendador da Ordem do Macaco Torrado”, por exemplo, está na segunda edição do quinto volume, enquanto o perfil de Tiane Melo já acumula 161 mil seguidores.

Há muito tempo antenado nesse interesse pelos modos de falar do paraense, Raymundo Mário Sobral desenvolveu o “Dicionário Papa Chibé”, um livro que compila palavras e expressões usadas em diversas cidades do norte do Brasil, especialmente em Belém. O material é tão extenso que levou cerca de 10 anos para ser concluído e continua em constante atualização, pois as expressões e gírias mudam, adaptam-se ou caem em desuso.

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“A palavra tem um determinismo, ela começa a ser usada, por exemplo: a palavra ‘broca’ é uma coisa, ‘brocado’ é outra. Quando o cara diz que está na ‘broca’. São palavras que vão ser usadas por muito tempo, mas vão ficar datadas, ou seja, quando alguém falar a expressão, vão dizer que é antiga”, começou.

O objetivo de Sobral com o livro é preservar essas palavras e expressões, garantindo que não desapareçam e que permaneçam registradas para aqueles que desejam descobrir seu real significado.


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Eu levei 10 anos para compilar o dicionário. São 5 edições, mais de 10 mil termos e expressões que não vão morrer, pois elas estão perenizadas no livro. Uma das ideias do livro é não deixar com que esses termos, expressões e linguajar paraense sejam esquecidos

Mario Sobral, Jornalista e escritor
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Como surgiu o Dicionário Papa Chibé?

Sobral explicou que, em sua infância, quando vivia com uma tia e sua avó, começou a perceber essa linguagem diferenciada e se interessar por ela. Após muita pesquisa, inclusive com escritores consagrados da região, como nos livros do romancista Dalcídio Jurandir, o projeto foi se desenvolvendo e se transformou em um dicionário paraense.

“Desde quando eu era moleque, eu morava com a minha tia e minha avó, e elas falavam muitas palavras que eu ficava ouvindo. Além disso, fiz muitas pesquisas de escritores paraenses que usavam esses termos e expressões do Pará”, contou.

E como essa linguagem tão peculiar surgiu? Para o autor, ela é resultado de uma troca, especialmente entre a comunidade ribeirinha, que trazia os termos para a cidade, onde acabavam sendo incorporados pelos habitantes das várias cidades do Pará, propagando-se de uma para outra.

O jornalista Mário Sobral levou mais de 10 anos para ser compilado e já passou por várias edições
📷 O jornalista Mário Sobral levou mais de 10 anos para ser compilado e já passou por várias edições |Agência Pará

“Se fala em outras cidades (gírias de Belém) e o que se fala em outros municípios se fala aqui na capital. Houve uma grande influência das regiões ribeirinhas, que traziam a linguagem para cá. Na convivência do povo, da cidade e do interior, há essa assimilação e essa troca”, completou.

Linguagem conectada

A influenciadora Tiane Melo faz questão de demarcar sua personagem nas redes sociais com o linguajar paraense. Funciona bem, o que pode ser observado pelos números de engajamento a cada card e a cada reels. Seus conteúdos, voltados para poesias sobre o cotidiano paraense, são acompanhados por mais de 161 mil seguidores, ativos e ávidos por mais frases com o palavreado paraense.

Professora de História, a produtora de conteúdo também utiliza a linguagem regional como uma ferramenta para tornar o conteúdo mais acessível aos seus alunos em sala de aula. Palavras como "murrinha," "pupunha," "pisa," "jambu," entre outros termos e gírias típicas do Pará, além dos sotaques que aqui se encontram, são usadas por Tiane para interagir e engajar com paraenses em diversos estados e países, além de despertar a curiosidade de quem não está familiarizado com essas expressões.

Tiane Melo, a paraense por trás da "Manga poética"
📷 Tiane Melo, a paraense por trás da "Manga poética" |Reprodução

E isso tudo é feito desde 2020, quando a página, que é um sucesso entre os seguidores, foi criada. Como referências, a produtora de conteúdo utiliza livros, poetas e poetisas, além de escritores paraenses para dar a identidade aos conteúdos.

Equipe Dol Especiais

  • Reportagem: Lucas Contente
  • Coordenação e Edição: Anderson Araújo
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