O Paysandu volta a campo hoje com algumas missões bem definidas. A primeira e principal delas é manter a liderança isolada do Grupo A da Série C do Campeonato Brasileiro. Se o Papão vencer o Ferroviário-CE às 18h, na Curuzu, vai manter a primeira colocação e chegar à primeira vitória em casa na competição este ano. Motivação não falta aos bicolores, a despeito de o time entrar em campo sem seu principal jogador pela primeira vez há mais de dois anos.
De 2019 para cá o atacante Nicolas ficou de fora do time pouquíssimas vezes. Com raras lesões ou suspensões, ele estava sempre em campo. Mas na última quarta-feira ele se despediu do clube para assinar por um ano e meio com o Goiás-GO. Por mais que os gols tenham minguado nos últimos tempos, Nicolas era uma liderança inconteste e uma referência dentro da equipe, dentro e fora de campo.
Mas, tecnicamente, o Paysandu vem tendo uma recuperação que não passa por um ou outro jogador e sim por uma força de seu conjunto. Foi assim nas vitórias fora de casa diante do Floresta-CE e do Santa Cruz-PE, esta última a melhor atuação da equipe bicolor nesta Terceirona.
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O Papão tenta quebrar o jejum de vitórias dentro da Curuzu. É um dos piores mandantes da competição, mesmo sendo o líder do grupo e uma das quatro melhores campanhas entre os 20 times do campeonato. Mas, em Belém, o Paysandu perdeu de 2 a 0 para o Botafogo-PB e empatou sem gols com o Volta Redonda-RJ. Dos onze pontos que deram a liderança ao bicolor até o começo da rodada, apenas um foi conquistado dentro da Curuzu.
Para os jogadores, é o momento de fazer valer o mando de campo e chegar à vitória que a torcida tanto espera. “Nós nos cobramos muito. Sabemos que é obrigação ganhar. Mas os times vêm fechados. Só que estamos trabalhando para conseguir os três pontos em casa no próximo jogo”, disse o volante Bruno Paulista.
O técnico bicolor deixou claro que jogar nos próprios domínios tem que ser um trunfo bicolor e não um fardo de ansiedade pelos três pontos. “Traçamos o foco e a estratégia da semana para achar uma fórmula para vencermos em casa. É o nosso grande desafio. Temos duas partidas e fazendo bem o dever de casa ficaremos numa boa situação na tabela. Temos que usar o fator casa como ponto positivo, não pode ser obstáculo”, observou Vinícius Eutrópio.
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Os confrontos entre Papão da Curuzu e Tubarão da Barra mostram uma quase igualdade na história. As duas equipes já se enfrentaram cinco vezes, em três amistosos e dois jogos oficiais. Cada um venceu duas vezes e houve um empate. O curioso é que o time cearense só ganhou em amistoso, ao passo que o paraense ganhou os dois confrontos pela Série C do ano passado. O empate ocorreu em uma partida amistosa disputada em 1971. O último encontro entre as equipes foi vencido pelo Papão por 3 a 0, gols de Marlon (2) e Vítor Feijão, no dia 22 de novembro de 2020, no Mangueirão.
O Papão tenta manter hoje esse retrospecto contra o adversário, mesmo com o histórico recente ruim dentro de casa. O atacante Marlon ressaltou que antes mesmo de estar na liderança do Grupo A, o time bicolor já vinha sendo olhado de uma forma diferenciada pelos rivais e que isso tende a aumentar se a boa campanha for mantida. “Mesmo antes de começar a competição o Paysandu já era tido como um dos favoritos pela história e tradição do clube. Mas nada disso adiantaria se não estivéssemos fazendo uma boa campanha”, afirmou o jogador.
O Ferroviário encara o Papão em busca do reencontro das vitórias após três rodadas, ocupando atualmente a 7ª posição na chave. O momento do rival de logo mais é algo que inspira cuidados redobrados, mas não temor. “Vai ser um jogo duro. O Paysandu vem de duas vitórias, porém temos um grupo focado e que vai procurar o jogo em busca dos três pontos. A gente quer pontuar, é um grupo focado e sabe que tem se dedicado. Na hora certa, os gols vão sair”, diz o volante Wesley Dias.
Diego Matos: a chance que sempre pediu
Aos 24 anos, o lateral-esquerdo Diego Matos nunca vestiu outra camisa na vida que não a do Paysandu. No clube desde adolescente, ele vem como profissional há pelo menos quatro anos, mas nunca tendo uma sequência como titular, o que vem acontecendo agora. Era um pedido antigo de parte da torcida, mas a concorrência com Bruno Collaço sempre foi complicada.
O companheiro saiu da equipe por conta de uma lesão e ainda está em recuperação. Quando estiver apto a jogar, a disputa promete ser das mais acirradas. Diego é muito mais forte no apoio, recursos técnicos nos arremates e na criação das jogadas, ao passo que Bruno é mais qualificado na marcação e tem um aproveitamento bem maior em cruzamentos e assistências, sem falar na experiência bem maior, também. São características bem díspares e que garantem ao técnico Vinícius Eutrópio a possibilidade de uma mudança significativa na escolha de um ou outro nome. Abaixo, em entrevista exclusiva ao Bola, Diego fala sobre o bom momento e a possibilidade de ser mantido como titular para ter uma sequência maior de jogos, além de como o time pode furar os bloqueios adversários que jogam fechados na Curuzu.
P: Muitos torcedores pediam você no time há tempos. Você acha que agora vive seu melhor momento?
R: Fico feliz de ter o apoio dos torcedores. Hoje posso dizer que estou no meu melhor momento. Todo jogador precisa de uma sequência de jogos, isso faz com que a sua confiança vá lá para cima.
P: O Bruno Collaço é bem mais experiente e com passagem pela seleção brasileira de base. Como vem sendo esses anos de convivência e troca de experiência?
R: A convivência com o Collaço é muito boa. Desde 2019 tem essa disputa entre ele e eu, mas é uma disputa bem sadia, onde cada um respeita o momento do outro. A gente conversa bastante, e quem joga é quem está melhor, com isso quem ganha é o Paysandu.
P: Você também jogou como meia na base, mas se sente mais à vontade jogando na lateral?
R: Na base sempre joguei de meia, mas em 2017 tive de fazer um jogo improvisado na lateral-esquerda. Fui bem na partida, aí o treinador passou a me utilizar só de lateral. Agora me sinto mais à vontade jogando de lateral, mas onde tiver de jogar para ajudar o Paysandu eu jogo.
P: O Paysandu sente mais dificuldades em casa, pois os adversários costumam jogar mais fechados na Curuzu?
R: Muitos times vêm na Curuzu jogando por uma bola, dificulta um pouco o nosso estilo de jogo, mas nossa equipe vem em uma crescente muito boa e temos tudo para fazer dois grandes jogos em casa e conquistar os pontos.
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