Como diz a música da lenda Zeca Pagodinho, "brincadeira tem hora!". A expressão pode definir o que técnico do Paysandu, Roberto Fonseca, aprontou na goleada sofrida para o Ferroviário, pelo placar de 5 a 1, em jogo válido pela 16ª rodada da Série C do Brasileiro, restando três (agora duas) rodadas para o término da fase classificatória.
A derrota para o, até então, pior ataque do torneio não tirou o Papão da vice-liderança do Grupo A. Os bicolores permanecem com 24 pontos, mas veem a chave embolar de vez e perdem a chance de, praticamente, garantir uma vaga no Quadrangular Final. Os próximos jogos serão contra o Altos, no Piauí, e contra o Manaus, na Curuzu, em Belém. Um novo revés pode custar o G-4.
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Voltando para Roberto Fonseca... O experiente treinador foi muito infeliz nas decisões, antes e durante o jogo contra o Ferrão. Para começo de conversa e o que todos os jornalistas e torcedores se perguntaram: "João Paulo titular? Por quê?". É, o meia, que não atuava desde o dia 25 de julho, começou a partida entre os 11, sem explicação alguma, até agora. Será que era por que os caras não venciam há sete jogos e achou que tudo seria fácil?
A aparição do meio campista fez o Papão mudar o sistema tático, saindo do 4-3-3 para o 4-4-2. Ao seu lado, Ruy, e um pouco mais atrás Marino e Jhonnatan, que substituía Paulo Roberto, suspenso. Dois volantes sem pegada na marcação e dois meias que não fazem uma rápida recomposição. Tudo desenhado para tocar o terror na zaga bicolor.
Mesmo com o retorno de Perema, o comandante do Lobo resolveu manter Victor Sallinas e Denilson como zaga titular. O primeiro falhou no dois primeiros gols e o segundo voltou a mostrar dificuldades com o posicionamento em bolas aéreas. Sem cobertura, Diego Matos e Leandro Silva penaram com os velozes ataques do adversário.
Após o jogo, Roberto Fonseca disse: "talvez, achássemos que o jogo seria mais fácil" e que havia faltado um volante de maior pegada no meio. Era fácil, professor. Denílson poderia fazer esse primeiro volante (como atuou no início da temporada) e Perema e Victor Sallinas fariam a zaga, deixando tudo mais compacto. Aliás, apesar das dificuldades técnicas de Perema, ele não pode ser banco.
Quer outro erro do técnico? Thiago Santos, titular, não se encaixou no Lobo e, hoje, o melhor centroavante que o Papão tem é Danrlei, que esquenta o banco na maior parte do tempo de jogo. Quer mais um equívoco? Quando o time tomou 2 a 0 rápido, já era para ter mexido, mas foi para o intervalo com 3 a 0. Depois, no 3 a 1, precisando buscar dois gols, tirou Marino e colocou Ratinho, no entanto, um volante por outro (???) iria mudar o que? Velocidade com um rival bem postado?
Tcharlles e William Fazendinha estavam no banco e deveriam ter sido opções o quanto antes. Aliás, esse último, se pintasse como titular no lugar de João Paulo, faria mais sentido. Roberto Fonseca chegou a citar os desfalques de Grampola, Rildo e Paulo Roberto, querendo justificar algumas coisas, mas logo lembrei de Felipe Conceição com seus milhares de desfalques e mesmo assim continua pontuando na difícil Série B do Brasileiro - não leva goleadas - e descartei a "desculpa".
Roberto Fonseca e os jogadores precisam dar uma resposta à torcida, ou um pedido de perdão convincente. É preciso matar o Altos-PI na próxima rodada, caso contrário, o calendário do futebol pode encerrar no final de setembro e o Paysandu vai amargar mais uma temporada na Terceira Divisão do Campeonato Nacional.
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