Quando o racismo ou a injúria racial entram em campo, independente do resultado que é marcado pelo placar, todos saem perdendo. No início da noite deste domingo (23), o Paysandu, infelizmente, veio a público relatar um caso de injúria racial contra a atacante Silmara, após o clássico contra o Clube do Remo, realizado no Centro Esportivo da Juventude (CEJU), onde o Leão venceu por 3 a 0.

O Papão conta que a atacante foi ofendida por um homem que estava atrás do gol remista, onde foi chamada de 'macaca'. O Lobo, em nota, ainda cita que o suspeito estava com a camisa do Filho da Glória e do Triunfo. O Paysandu repudiou o acontecimento e se solidarizou com a atleta, dizendo que irá garantir total suporte.

Em maio, o Senado aprovou o aumento da pena para injúria racial e de rascimo no futebol. O texto, que tem origem na Câmara, retornou para análise dos deputados, pois foi modificado pelos senadores. Ele sugera que a punição para a reclusão passe de dois a cinco anos. Além disso, o criminoso ainda pode ficar de fora das praças esportivas por três anos.

Para esclarecer mais ainda sobre o assunto, a legislação brasileira estabelece diferenças entre os crimes de racismo e de injúria racial. Sendo assim, é considerado injúria uma ofensa associada ao uso de palavras depreciativas contra uma pessoa, enquanto que no racismo há uma conduta discriminatória contra um determinado grupo.

Confira a nota na integra:

O Paysandu Sport Club vem a público expor toda sua indignação e revolta diante de um caso de injúria racial contra a atleta Silmara, do time de futebol bicolor feminino, na tarde deste domingo (23). Após o clássico Re-Pa disputado no Centro Esportivo da Juventude (Ceju), pela sétima rodada do Campeonato Paraense, a atacante do Papão foi ofendida por um homem que estava do lado de fora do campo, atrás do gol adversário, vestido com a camisa do rival.

O racista proferiu as seguintes palavras: “Essa 9, essa macaca, nem faz gol”. Imediatamente, Silmara desabou no gramado e teve uma crise de choro. A jogadora, que foi amparada pelo restante da equipe, precisou de ajuda até para sair de campo, já que ficou bastante abalada com a situação covardemente criada por um criminoso.

O Paysandu sempre irá repudiar e condenar todo e qualquer tipo de ato discriminatório, onde e contra quem quer que seja. Não há tolerância para crimes de injúria racial. O clube não admite que em pleno ano 2022 esse tipo de episódio ainda ocorra no futebol ou em qualquer outro meio.

Ao longo da sua centenária história, o Paysandu sempre teve grandes atletas negros que encheram a imensa e fiel apayxonada torcida de orgulho por toda sua dedicação, honra e compromisso com o manto bicolor. Muitos deles até hoje são lembrados como ídolos que foram importantíssimos para que o clube alcançasse o rótulo de maior campeão da Amazônia.

Por fim, o Paysandu se solidariza com Silmara, seus familiares e amigos, e garante total suporte à atleta neste momento de profunda indignação e tristeza.

Respeitem a cor da nossa história!

Jogadora caiu no choro após as ofensas Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

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