No princípio era o verbo “To Be”. Jogadores estrangeiros vestindo as camisas bicolor e azulina não chegam a ser uma novidade. O Paysandu, em seus primórdios, teve vários jogadores britânicos em seus elencos. O meia Matthews, inclusive, foi o autor do primeiro gol do futebol profissional do clube. Papão da Curuzu e Leão Azul terão em 2023 quatro jogadores estrangeiros em suas fileiras, por enquanto.
O time azulino contratou o paraguaio Richard Franco, volante que esteve no Náutico-PE neste ano. O bicolor contratou bem mais, três jogadores vindos dos países sul-americanos. O zagueiro colombiano Henríquez Bocanegra defenderá um clube brasileiro pela quarta vez na carreira; o volante paraguaio Jiménez também tem experiência por times brasileiros; já o meia venezuelano Robert Hernández pela primeira vez vestirá a camisa de um clube do Brasil.
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Desde que a economia brasileira, mesmo com todos seus problemas, passou a ter um crescimento regular, bem diferente dos vizinhos, os clubes nacionais passaram a investir em grandes nomes estrangeiros. Com isso, o mercado se abriu até para clubes das divisões inferiores. O caso do venezuelano Hernández é emblemático. O jogador vem para um clube de Série C antes mesmo de ter qualquer experiência por outros clubes locais.
A história de estrangeiros em Baenão e Curuzu teve altos e baixos. O Remo teve no goleiro uruguaio Véliz, nas décadas de 40 e 50, uma figura emblemática, sendo titular por 12 anos. No Paysandu, o português Quarenta é ainda hoje o terceiro maior artilheiro do clube com 208 gols. Mas as frustrações também deram as caras.
Na Curuzu, o argentino Martín Cortés e o inglês Ryan Williams entraram em campo em apenas uma oportunidade. Já o zagueiro Salazar, da Colômbia, nem estreou na Série C deste ano. O Baenão viveu decepções bem recentes com o centroavante argentino Nano Krieger, que foi uma aposta que não deu certo, e o meia paraguaio Echeverría, anunciado como grande reforço e não deixou saudade.
Outros clubes que estão no Parazão de 2023 também buscaram reforços além da fronteira do Brasil. O Caeté terá o atacante uruguaio Lázaro Zoppi, que também tem cidadania brasileira. Já o Tapajós tem em seu elenco o atacante Dennis Amoako, de Gana, e o volante Elvis Ogbe Ajimbi, da Nigéria. “O outro jogador deve chegar entre os dias 10 a 15 de janeiro. Como não assinamos ainda, o procedimento do clube é não anunciar antes”, comentou o presidente do Boto, Sandiclei Monte, sem confirmar a origem do atleta.
FIQUE POR DENTRO
Os estrangeiros do Paysandu
Matthews, George Mitchell, Gilly, Burns, Rickenberg e Haynes (Inglaterra) - Nas décadas de 1910 e 20 não era nada incomum jogadores de origem britânica no Papão, muitos deles funcionários de empresas estrangeiras em Belém.
Petit (França) – Entre 1921 e 23 entrou em campo duas vezes pelo Papão.
Jauffret (França) – Atuou como centroavante em uma partida do título estadual de 1922.
Barbadiano (Barbados) – Lateral bicolor entre 1924 e 1927.
Quarenta (Portugal) - Terceiro maior artilheiro do clube com 208 gols. Pai do primeiro Quarentinha, maior artilheiro do Botafogo.
Carrilo (Uruguai) - Atacante bicolor em 1928.
Enrique Bría (Paraguai) - .Campeão como lateral-direito (45 e 47) e como treinador, em 1957.
Severo Rivas (Paraguai) - Ponta-esquerda campeão paraense de 1947.
André Kamperveen (Suriname) - Defendeu o Paysandu em 1952. Personalidade histórica no Suriname. O principal estádio do país leva seu nome.
Nuno (Moçambique-Portugal) - Atacante que jogou no Paysandu entre 1995 e 2000.
Carlos Galván (Argentina) - Zagueiro que atuou pelo Paysandu em parte da Série A de 2004. No Brasil também defendeu Atlético-MG e Santos-SP.
Martín Cortés (Argentina) - Meia que defendeu o Paysandu no Parazão de 2011.
Luis Cáceres (Paraguai) - Volante contratado no início da temporada de 2018.
Ryan Williams (Inglaterra) - Meio-campo com passagens por Stoke City, Ottawa Fury FC, Inverness e Brentford, foi jogador da seleção inglesa de futsal. Jogou uma partida na Série B de 2018.
Salazar (Colômbia) - Zagueiro contratado este ano. Não chegou a entrar em campo.
Robert Hernández (Venezuela), Jiménez (Paraguai) e Henríquez Bocanegra (Colômbia) – O trio de estrangeiros estará entre os bicolores de 2023.
Os estrangeiros do Remo
Véliz (Uruguai) – O goleiro passou 12 anos defendendo o Leão Azul e conquistou cinco títulos paraenses: 1949, 1950, 1952, 1953 e 1954. Ele encerrou a carreira de jogador no Remo em 1956.
Rack (Suriname) – Atacante da década de 1950.
François Thijm (Suriname) – Chegou ao Baenão em 1961 através de uma indicação. Ficou no Remo por mais de uma década, sendo um dos jogadores históricos do clube.
Pablo (Suriname) – Atacante da década de 1960.
Hector de los Santos (Uruguai) – Atacante uruguaio de 1976.
Frontini (Argentina) – O atacante esteve no Baenão em 2010.
Juan Sosa (Uruguai) – Natural de Montevidéu, o zagueiro chegou ao Remo no segundo semestre de 2011.
Santiago Krieger (Argentina) – Promessa da base do Boca, não teve grande desempenho no profissional.
Echeverría (Paraguai) – Anunciado com pompa e circunstância em 2019, disputou o Campeonato Paraense, Copa do Brasil, Copa Verde e Série C.
Richard Franco (Paraguai) - O volante paraguaio foi a primeira contratação do Leão para a disputa da temporada de 2023.
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