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GERSON NOGUEIRA

Mesmo com pouco rendimento, Remo ainda depende só de si

Com a vitória do CRB-AL sobre o Vitória, o Leão dependerá apenas de si para ficar na Série B; Amazônia Independente, time de causas nobres, jogará o Parazão 2022.

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Imagem ilustrativa da notícia Mesmo com pouco rendimento, Remo ainda depende só de si camera O leão tem a faca e o queijo para conseguir a permanência na Série B. | Foto: Samara Miranda/Clube do Remo

AGORA BASTA UMA VITÓRIA!

O Remo teve a melhor notícia da semana ontem à noite com o triunfo do CRB sobre o Vitória, por 3 a 1, valendo pela 37ª rodada do Brasileiro da Série B. O resultado deixa o time paraense à frente de Londrina e Vitória na classificação. No domingo, contra o Confiança, a vitória garante a permanência na competição, sem depender de outros resultados.

A partida teve um começo preocupante para os azulinos. O CRB marcou logo a um minuto, mas cedeu o empate ainda no 1º tempo para um Vitória ofensivo e determinado, que chutou muito mais a gol e rondou o tempo todo a área regateana. Na etapa final, o CRB melhorou e fechou o placar em 3 a 1, para alívio do Fenômeno Azul.

Cabe lembrar que todo esse desassossego poderia ter sido evitado. O Remo entrou no segundo turno da Série B em condições de atingir a meta da permanência sem maiores atropelos. Ocorre que um conjunto de fatores contribuiu para a queda técnica vertiginosa da equipe.

Uma série impressionante de lesões se abateu sobre o elenco. Jogadores titulares ficaram ausentes de vários jogos, quebrando o entrosamento e travando a evolução da equipe. Erick Flores, Romércio, Wellington, Uchoa, Igor, Lucas Siqueira, Jefferson, Vinícius, Pingo e Tocantins foram alguns dos que desfalcaram o Remo em momentos cruciais da competição.

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Esse problema gerou outro. O técnico Felipe Conceição, que havia conseguido recolocar o time na disputa após a saída de Paulo Bonamigo, viu-se obrigado a improvisar ou fazer apostas que não funcionavam a contento. O meio-de-campo acabou refletindo muito essa oscilação.

Com Erick Flores, o time tinha recomposição e transição bem executadas. Sem ele, o setor passou a depender de Artur e Lucas Siqueira se alternando no papel de apoio aos laterais e aproximação com o ataque. Não deu certo. Pior que isso: o mau funcionamento do setor não foi sanado por Conceição, que seguiu teimosamente com as mesmas peças.

No ataque, o uso de Gedoz como falso 9 foi um artifício para esconder uma fragilidade: a falta de um centroavante definidor. Renan Gorne não teve sequência e o camisa 10 passou a ser utilizado como o jogador de chegada pelo centro, situação que poucas vezes funcionou de verdade.

Com Eduardo Baptista, mesmo em curtíssimo tempo de trabalho, o Remo ganhou outra feição. Saiu de cena a obsessão pela posse de bola e entrou em pauta a objetividade. Para isso, contribui a volta de Erick Flores, justamente a maior baixa do elenco, que ficou 80 dias em recuperação.

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O melhor momento do novo Remo foi o jogo com o Vasco no Rio, quando o time esteve muito perto de voltar a vencer, com grande produção ofensiva no primeiro tempo. É esse modelo que deve ser aperfeiçoado nos treinos da semana para a decisão do ano, domingo, diante do Confiança.

Antes, porém, o Leão tem o Manaus como obstáculo na Copa Verde. O time será alternativo e as dificuldades se mantêm, mas o ânimo geral no Baenão foi renovado graças ao resultado obtido pelo CRB ontem. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

A PRIMEIRA CONQUISTA DE UM CLUBE QUE TEM CAUSAS

O Amazônia Independente, clube caçula na disputa da Série B do Campeonato Paraense, obteve no último domingo (20) o acesso à primeira divisão do futebol paraense. Derrotou o Pedreira por 2 a 0 na semifinal da competição, garantindo automaticamente presença no Parazão 2022.

É um feito e tanto. A disputa é cada vez mais equilibrada e difícil no torneio de acesso. O Amazônia Independente foi fundado pelo técnico Walter Lima, profissional respeitado pelo bom trabalho realizado em vários clubes paraenses, incluindo Remo, São Raimundo e Desportiva.

Não é um clube qualquer. Tem princípios, causas e objetivos bem definidos. Defende a sustentabilidade e a independência dos povos nativos da floresta amazônica. Essas bandeiras estão expostas no próprio uniforme do Amazônia, no qual o verde das matas é a cor predominante.

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O time é dirigido por Mateus Lima, filho do presidente e fundador Waltinho, legítimo seguidor de sua filosofia singular e pouco comum no universo do futebol profissional.

Esta é a primeira participação do Amazônia em uma competição oficial. Com sede em Santarém, o time faz seus jogos no CT da Desportiva, em Marituba. Em 10 partidas, foram sete vitórias, dois empates e uma derrota.

Com o acesso assegurado, o Amazônia sonha agora em levantar a primeira taça. Na decisão do título da Série B, o adversário sairá da disputa entre Caeté e Parauapebas ou São Raimundo.

A definição do outro semifinalista acontece hoje, no Tribunal de Justiça Desportiva, em julgamento de recurso do São Raimundo contra o Parauapebas, que escalou um jogador que deveria cumprir suspensão.

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