Nas grandes orquestras, a presença de um maestro é mais do que importante, é fundamental para direcionar e conduzir um grupo de músicos, que, apesar de serem altamente instruídos, precisam de um norte para avançar sobre as infinitas variáveis musicais.

Esse conjunto, quando bem regido, resulta em um espetáculo brilhante, com belas nuances, que muitas vezes extrapolam o campo da música erudita e desembocam, em tese, na emoção de outro espetáculo: o futebol.

Adaptando a realidade dos gramados, o maestro ganha outra conotação, não menos importante, exceto pelo posto de destaque único, agora dividido com outros 10 candidatos. O famoso camisa 10 tem a obrigação de representar, com seu toque de classe, visão de magistral, a figura central deste conjunto instruído a vencer a barreira adversária.

No Papão, a camisa tem dono, e ao que parece, veio para ficar. Chegou quieto e não demorou para se adaptar. Aos 26 anos, Eduardo Ramos tem experiência e gabarito. Atuou em grandes clubes, conquistou o acesso à elite do Brasileirão, pelo Vitória, em 2012. E agora, em Belém, quer concluir outra missão: conduzir a onzena bicolor aos tempos áureos.

Mas antes, precisa resolver algumas pendências com o maior rival, o único a estragar a bela campanha alviazul. Todavia, prefere deixar a escrita de líder para o conjunto, como todo bom maestro que divide os louros da glória. “Eu faço parte. Não ganho nada sozinho, apenas dou uma parcela de ajuda. Mas nunca fujo da minha responsabilidade. Eu sei do que posso fazer, sei como posso ajudar e no que for preciso eu estarei pronto para ajudar o Paysandu”, explica, sem deixar de lado aquela dica preciosa para os companheiros. “Não tem segredo, é cortar os espaços, não deixar o adversário receber (a bola) e a movimentação. Quando perdermos a bola, temos que movimentar o time rápido”, completa.

(Diário do Pará)

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