
As finanças do Paysandu voltaram ao centro das discussões após novas declarações de Maurício Ettinger, ex-presidente e colaborador do clube, em entrevista à Rádio Super Marajoara.
O dirigente revelou bastidores da gestão financeira bicolor e explicou que as dívidas e adiantamentos fazem parte da rotina de quem administra o futebol brasileiro.
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O ex-mandatário destacou que, na época, bloqueios de contas eram frequentes, e que parte das pendências foi renegociada ao longo dos dois mandatos que esteve à frente do clube.
"Dificilmente vai ter alguém que vai assumir um clube de futebol sem dívidas. [...] Pegamos um Paysandu vindo de uma Série B para a Série C, com rescisões de valores altos e metade da receita", contou Ettinger.
O ex-presidente lembrou que o Campeão dos Campeões chegou a pagar R$ 100 mil por mês à 6ª Vara da Justiça do Trabalho, montante considerado alto para um time da Série C na época.
"Conseguimos zerar tudo (da 6ª Vara) e depois, já na Série B, diminuir as dívidas. As receitas melhoraram, mas os problemas continuam, como ocorre em qualquer clube", afirmou.
Maurício Ettinger ressaltou ainda que o Paysandu enfrenta um grave problema de fluxo de caixa, o que obriga o clube a buscar ajuda de beneméritos para manter as contas em dia.
"As receitas não entram na hora que você precisa. Daí os grandes beneméritos emprestam dinheiro sem juros para pagar folha. Não é o certo, mas é a realidade do Paysandu", explicou.
Segundo o ex-dirigente bicolor, até hoje há pendências antigas sendo resolvidas, incluindo débitos da época da Libertadores, o uso do Mangueirão e que dívidadas sempre passam de uma gestão para a próxima.
"Tem a do Pikachu rolando também, mas estamos bem amparados juridicamente. Sempre ficam dívidas, e vamos sanando. Depois aparecem outras, e seguimos tocando", completou.
Ettinger também lamentou as críticas recebidas em momentos da atual crise bicolor, já que o clube amarga a lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro com 26 pontos em 30 jogos.
"O difícil é que quando o Paysandu ou outro clube não está bem, aparecem as pessoas para pisar em cima. É triste, mas sempre foi assim. Vamos reagir", desabafou o ex-presidente.
Por fim, Ettinger explicou que o clube precisou fazer promessas de bichos e bônus para o elenco na última temporada - onde o clube precisou adiantar cotas e pagar R$ 2,6 milhões - e que a ideia não está descartada neste ano.
"Tivemos que prometer acesso, o que é normal. Quem dera esse ano a gente não dê bicho e consiga permanecer. É algo normal no futebol", concluiu.
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