Guto admite erros, critica arbitragem e mantém fé no acesso do Remo

O Remo sofreu um duro golpe em sua caminhada pelo acesso à Série A da temporada de 2026. Na tarde/noite do último sábado (15), a equipe conheceu a primeira derrota na “era Guto Ferreira” ao perder por 3 a 1 para o Avaí, na Ressacada, pela penúltima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O revés derrubará o Leão do G-4 ao fim da rodada, aumentando a pressão para o duelo decisivo contra o Goiás.

"O Remo criou uma expectativa muito grande, passando uma ideia que tudo seria fácil. O campeonato não é fácil. Tinham algumas partidas pesadas que nós conseguimos vencer. Não acabou nada. É uma rodada para a gente seguir acreditando e entregar o melhor. Uma vitória nos possibilita com a combinação de resultados", afirmou o treinador.

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Além do resultado, o jogo ficou marcado por desfalques, improvisos, contestação de pênalti no gol que abriu o placar aos catarinenses e nova confusão nas arquibancadas e até dentro campo — que terminou com expulsões dos jogadores azulinos Diego Hernández e Nico Ferreira, que estarão de fora na partida de encerramento do Leão na disputa nacional.

"Qualquer coisa que eu fale sem olhar o contexto, posso estar trazendo pra eles [jogadores] uma culpa. Acho que na condição, eles passaram do ponto. Acho até que o Nico tentou defender o companheiro, mas depois acabou também participando. A gente lamenta, mas não vai colocar também essa culpa toda. Porque só quem tá lá dentro que sabe. Internamente, vamos trabalhar, conversar e mostrar como já começamos".

Ausências dos laterais

Sem o lateral-direito titular Marcelinho, lesionado, Guto Ferreira optou por improvisar o meia Pedro Castro na posição. Pedro Costa e Sávio sequer foram relacionados. Questionado sobre isso, o técnico evitou comentar nomes diretamente, mas explicou:

"Um jogador [fora do jogo] foi opção, o outro foi questão de estar fora de condições. E você vai tendo que administrar. Às vezes a gente consegue, outras vezes a gente tem infelicidade. Acho que administramos bem até aqui, esse jogo que escapou um pouco. Não vamos conseguir fazer tudo dar certo o tempo todo, isso é do jogo. Às vezes, algumas respostas passam por coisas que estão cobertas. A parte psicológica por exemplo, a responsabilidade."

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Lance do pênalti

Com apenas 25 minutos de jogo, Pedro Castro deixou o campo lesionado e foi substituído por Freitas, que não atuava desde agosto. Também improvisado, o jogador sofreu com o ataque avaiano e acabou cometendo o pênalti que abriu caminho para a virada dos catarinenses — lance bastante criticado por Guto por Guto Ferreira. Aliás, ele avaliou que o atacante Emerson Ramon “valorizou” o contato.

"A gente não tinha todo mundo, então teve que fazer alguns ajustes. Quando a situação tá dando certo, tá tudo bem. Quando não tá, às vezes tem que arriscar. O que arriscamos hoje, acho até que não estava de todo errado. O menino que entrou [Freitas] teve a infelicidade de fazer o pênalti, que, se botar na conta, dá interpretação. O Negueba toca na bola e, na sequência, se joga. Mesmo o Freitas tirando o corpo, houve o contato e o juiz marcou. Se interpretasse como trombada, tudo bem… acontece, mas não vou transferir a responsabilidade pros outros"

A responsabilidade da derrota

Além das novidades na escalação, incluindo a presença de Reynaldo no posto de Kayky Almeida, Pedro Castro atuando de forma improvisada, e até mesmo a mudança de postura tática, Guto Ferreira também realizou modificações que não surtiram efeito ao longo do jogo e fizeram com que o time não rendesse o esperado para sair de campo com a vitória.

"Não vou lamentar os guerreiros que não tão pra guerra. Tenho que valorizar os guerreiros que eu vou ter pra guerra. É esses que vou dar moral, incentivo, pra que eles possam fazer o melhor e a gente alcance o resultado. Qualquer outra coisa que a gente fale não vai trazer a vitória de volta. Então é ajustar, ter noção do que nós erramos e trabalhar a semana para que no próximo jogo a gente seja feliz, erre muito menos do que o adversário, acerte muito mais e que a gente saia vitorioso. A gente é consciente do que acertou e errou", disse.

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Remo chega à última rodada ainda vivo

Mesmo após três jogos sem vencer, o treinador mantém confiança no acesso. O Remo precisará vencer o Goiás e aguardar combinações de resultados que só serão definidas após o fechamento da rodada. No entanto, é certo que o time irá entrar em campo na última rodada fora do grupo dos quatro melhores na classificação.

“Vamos trabalhar pra que isso se transforme num propulsor pro próximo jogo. Agora não temos mais nada pra perder. A gente tem que entender que o Remo nesse momento não tem mais nada pra perder no próximo jogo, só tem que ganhar. Não tem mais o que pensar, o que defender. É assim que temos que pensar. Vamos fazer o melhor possível. Quem acredita, vem junto. Tenho fé que vamos estar na primeira divisão. O campeonato não acabou, e eu acredito no grupo", finalizou.