Diante de milhares de apoiadores em Brasília, Jair Bolsonaro (sem partido) fez nesta terça-feira (7) um discurso de ameaças golpistas ao STF (Supremo Tribunal Federal). Ele disse que não aceitará que qualquer autoridade tome medidas ou assine sentenças fora das quatro linhas da Constituição.

"Ou o chefe desse Poder enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", disse Bolsonaro em recado ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, em referência às recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas.

Assista:

"Porque nós valorizamos e reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder da República", ressaltou. Além de Moraes, o ministro Luís Roberto Barroso, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é alvo dos ataques de Bolsonaro nas últimas semanas.

"Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede para sair", disse o presidente, em um caminhão de som na frente do gramado do Congresso Nacional.

Bolsonaristas oram; Grito dos Excluídos chega em São Brás

Apoiadores de Bolsonaro começam a ocupar Av. Paulista

"Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil."

SÃO PAULO

Ainda neste 7 de Setembro, Bolsonaro fará um outro discurso, chamado por ele de "robusto", na tarde desta terça na avenida Paulista, em São Paulo.

Bolsonaro considera o Sete de Setembro como um tudo ou nada diante de seu isolamento político. E tentou dizer isso no discurso desta manhã. "A partir de hoje uma nova história começa a ser escrita no Brasil. Peço a Deus mais que sabedoria, força e coragem para bem decidir."

Ainda em seu discurso, Bolsonaro disse que nesta quarta-feira (8) terá uma reunião com os chefes dos demais Poderes. Fux, porém, não confirma esse encontro.

DITADURA É ATRASO E NADA INTELIGENTE

O ato em Brasília foi marcado por pautas autoritárias e golpistas e representam uma minoria no país. Pesquisa Datafolha de junho mostrou que 75% dos brasileiros consideram o regime democrático o mais adequado, enquanto 10% afirmam que a ditadura é aceitável em algumas ocasiões.

Foto:

MAIS ACESSADAS