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MINAS GERAIS

Padre é acusado de assediar e violentar sexualmente monges

No total, 19 pessoas denunciaram o padre, sendo 8 vítimas de abuso sexual e outras 11 por assédio moral.

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Imagem ilustrativa da notícia Padre é acusado de assediar e violentar sexualmente monges camera Padre Ernani foi acusado de assédio sexual por oito vítimas e negou todas as acusações sobre os crimes. | Reprodução

Um sacerdote representa para o povo e para a igreja, a figura de um mediador entre Deus e os seres humanos. Entretanto, denúncias vieram à tona, em um escândalo sexual envolvendo um padre que deveria passar a palavra de Deus e ser visto como exemplo.

O padre Ernani Maia dos Reis, líder do Mosteiro Santíssima Trindade, na cidade de Monte Sião, em Minas Gerais, está sendo acusado de assédio sexual contra oito monges. O religioso também é acusado de assédio moral contra outras 11 pessoas.

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Segundo os relatos, os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2011 e 2018. Os monges, vítimas do padre, tinham na época de 20 a 43 anos. Já as pessoas que sofreram constrangimentos e agressões verbais eram quase sempre mulheres.

De acordo com testemunhas, o padre Ernani usava sua autoridade para se colocar como “pai”, como gostava de ser chamado. Ele oferecia “sessões de psicanálise”, onde cometia os abusos.

Uma das vítimas relatou, por exemplo, que procurou o padre para falar sobre a dúvida que tinha entre seguir a vocação religiosa e constituir uma família. Ernani, no entanto, teria dito ao monge que ele seria gay, colocando a mão do monge em seu pênis e dito “você tá precisando disso aqui, de pinto”.

A Igreja Católica admitiu ter conhecimento sobre as denúncias, mas o padre só foi afastado quando pediu para sair do mosteiro, em 2018. Ele alegou “cansaço” e “crise vocacional”. Atualmente, Ernani tem 53 anos e vive em Franca (SP). Ele tem um consultório de psicanálise e nega todas acusações sobre os crimes, mas não responde a perguntas sobre o caso.

Todas as oito vítimas do padre relataram terem recebido qualquer ajuda psicológica ou financeira da instituição. Em resposta ao UOL, a Igreja Católica informou que "nunca negou qualquer fato (dele) ou ato atribuído quando do exercício na liderança daquela comunidade" e que "não se omitiu em relação ao caso".

A igreja não respondeu sobre as conclusões das investigações internas, assim como não esclareceu que atitudes foram tomadas em relação aos relatos de crimes sexuais cometidos pelo padre Ernani, nem sobre qual o atual estágio do processo de saída dele da Igreja Católica, que foi encaminhado ao Vaticano.

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