No mundo todo estão sendo desenvolvidas diversas pesquisas sobre a Ômicron. Questões relacionadas a velocidade com a qual ela transmitida e o comportamento do vírus no organismo tentam ser respondidas através de vários estudos. Ao mesmo tempo, pesquisadores estão focado em avaliar a eficácia das vacinas anti-covid-19 contra essa variante.
Até o momento, não existe o que se pode considerar qual a melhor vacina contra o coronavírus. Todas as que estão sendo aplicadas na população tem contribuído para diminuir os números de mortes e internações pela doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, no último domingo (12), que a Ômicron está se espalhando mais rapidamente do que a variante Delta e as mutações presentes nela parecem fazer com que a nova cepa seja mais resistente às vacinas, segundo estudos preliminares.
Coronavac: SinoVac vai lançar versão contra Ômicron
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirma que as vacinas atuais devem proteger contra doenças graves, hospitalizações e mortes causadas pela infecção com a nova variante. No entanto, é provável que ocorram casos em pessoas totalmente vacinadas. “O recente surgimento da Ômicron enfatiza ainda mais a importância da vacinação e do reforço”, informa a agência.
Confira alguns estudos relacionados as vacinas e a variante Ômicron:
Pfizer/BioNTech
No último dia 8, a Pfizer informou que o esquema com duas doses do imunizante mostrou níveis de neutralização significativamente reduzidos para combater a variante Ômicron, mas ainda é capaz de proteger o organismo contra casos graves. A aplicação da terceira dose, por outro lado, aumenta a quantidade de anticorpos em 25 vezes, o suficiente para neutralizar o vírus.
Um estudo independente, realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa em Saúde da África com amostras de sangue de 12 pessoas imunizadas, mostrou que o esquema de duas doses do imunizante tem eficácia de apenas 22,5% contra a Ômicron. Os dados divulgados são sobre a eficácia geral, e dizem respeito principalmente a casos sintomáticos da doença.
"Imunidade dura apenas seis meses", diz OMS sobre vacinas
Em contrapartida, uma análise feita pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), publicada no último sábado (12) concluiu que duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 fornecem 83,7% de proteção contra hospitalização e morte após infecção com a Ômicron. Com a dose de reforço, a taxa de imunidade aumentaria em mais de 93%.
Porém, os resultados do levantamento britânico apontam para uma diminuição de 67,6% na eficácia geral da Pfizer dentro do intervalo de três a seis meses. Já a proteção contra os sintomas da variante Ômicron cai para 46,7%.
“As empresas continuam avançando no desenvolvimento de uma vacina específica para a variante Ômicron e esperam tê-la disponível até março, caso uma adaptação seja necessária para aumentar ainda mais o nível e a duração da proteção”, disse a Pfizer em um comunicado.
Oxford/AstraZeneca
Em uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, no Reino Unido, sobre a eficácia da vacina desenvolvida pela própria instituição em parceria com a AstraZeneca e do imunizante da Pfizer, cientistas confirmaram a necessidade da aplicação da dose de reforço para garantir níveis seguros de anticorpos neutralizantes.
De acordo com o estudo publicado ontem (13), o esquema com duas doses não se mostrou suficiente para assegurar a proteção contra a variante. No caso das pessoas vacinadas com AstraZeneca, os níveis de anticorpos neutralizantes caíram para abaixo do limite detectável em praticamente todas as amostras, exceto na de um dos participantes.
Entre os imunizados com Pfizer, a queda nos níveis de defesa foi de 29,8 vezes em cinco dos voluntários, também abaixo do detectável.
Em um braço do estudo feito por pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) sobre a vacina da AstraZeneca foi constatada a redução de até 77,1% do risco de quadros graves de Covid-19 após as duas doses da vacina. A pesquisa indicou ainda que, após seis meses, a proteção da vacina contra os sintomas da variante Ômicron cai para 36,1%.
Coronavac
A Sinovac realiza testes para analisar a capacidade de a vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, neutralizar amostras do vírus vivo da variante Ômicron em pessoas com diferentes datas de vacinação, idades e intervalo entre as doses. Segundo Yalling Hu, representante da Sinovac, os resultado dessa etapa devem ficar prontos em duas semanas.
Até o momento, a empresa aposta na importância do reforço. Segundo o pesquisador do Laboratório de Infecção e Imunidade do Instituto de Biofísica da Academia Chinesa de Ciências, Xiangxi Wang, a terceira dose do imunizante produz anticorpos capazes de identificar a Ômicron e agir contra a infecção.
OMS não sabe estabelecer se Ômicron tem maior gravidade
Os estudos da farmacêutica chinesa avaliam também a necessidade da produção de uma versão atualizada da Coronavac especificamente contra a variante Ômicron.
Janssen
O braço farmacêutico da Johnson & Johnson realiza testes em parceria com um grupo de pesquisa da África do Sul para verificar a eficácia de sua vacina em dose única na proteção contra a variante Ômicron e a necessidade do desenvolvimento de uma nova fórmula, específica para a proteção contra a nova cepa.
“Continuamos confiantes nas respostas imunes humorais e mediadas por células produzidas pela vacina da Covid-19 da Johnson & Johnson, demonstradas pela durabilidade e amplitude da proteção contra variantes até o momento em estudos clínicos”, informou Mathai Mammen, chefe global de pesquisa e desenvolvimento da Janssen, em comunicado.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar