Desde o início da pandemia da Covid-19, que provocou uma drástica redução na demanda por passagens áreas, o setor da aviação passa por sérias dificuldades financeiras. Por isso, muitas empresas do ramo estão adotando as mais diversas medidas no sentido de reduzir os altos custos associados às operações de suas linhas aéreas, mas sem perder espaço de mercado.
Esta é a ideia por trás do negócio que acaba de criar o maior grupo de aviação da América Latina. Nesta quarta-feira (11), a brasileira Gol Linhas Aéreas e a colombiana Avianca anunciaram a fusão das duas companhias em uma holding que passará a controlar conjuntamente todas as suas operações. A nova empresa passará a ser chamada de Grupo Abra.
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O Conselho de Administração da Gol, sob o controle da família Constantino, e os acionistas majoritários da Avianca, aprovaram por unanimidade o acordo e, na mesma votação, a condução de Constantino de Oliveira Júnior ao cargo de diretor-executivo (CEO) do grupo. Roberto Kriete, controlador da Avianca, será o presidente do conselho de administração da holding.
Assim que a fusão for concluída e aprovada pelos órgãos reguladores e concorrenciais dos Brasil e da Colômbia, o recém-criado Grupo Abra funcionará como uma holding de capital fechado, cuja sede será estabelecida no Reino Unido. A expectativa dos acionistas é de que todo o processo esteja concluído até o final do ano.
Enquanto isso não ocorrer, as operações de Gol e Avianca permanecerão independentes. Ou seja, os passageiros terão acesso a uma malha aérea mais ampla, uma vez que os negócios serão realizados conjuntamente pelas duas companhias, e também poderão resgatar seus pontos tanto no programa de fidelidade Smiles, da Gol, quanto no Lifemiles, da Avianca.
De acordo com o anúncio oficial da fusão, além de controlar as operações das empresas brasileira e colombiana, o Grupo Abra terá ainda participação minoritária na empresa aérea chilena de low cost Sky Airline e uma participação não controladora da Viva, na Colômbia e no Peru, que já faziam parte da Avianca Group. Também está previsto um aporte de US$ 350 milhões para ampliar a liquidez da empresa.
"Juntas, Avianca e Gol serão a base de uma malha pan-latinoamericana de companhias aéreas com o objetivo de ter o menor custo unitário em seus respectivos mercados, os programas de fidelidade líderes em suas regiões e outros negócios sinérgicos. Avianca e Gol continuarão mantendo independentes suas marcas, equipes e cultura, enquanto se beneficiam de maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador", afirma o comunicado.
Em nota emitida por sua assessoria de imprensa, Constantino de Oliveira Junior destaca que o acordo “coloca as companhias aéreas do Grupo Abra em posição de liderança em viagens aéreas na América Latina – atendendo a uma população de mais de 1 bilhão de pessoas e um PIB de quase US$3 trilhões”.
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Reestruturação e falência
No posto de segunda maior empresa aérea da América Latina, sendo superada apenas pelo Grupo Latam, a centenária Avianca chegou a pedir recuperação judicial nos Estados Unidos, mas reestruturou suas dívidas no final de 2021 e evitou o processo de falência.
Atualmente, a companhia opera com mais de 110 aeronaves, em mais de 130 rotas, sendo a líder de mercado na Colômbia, América Central e Equador.
Já a Avianca Brasil, que era uma marca comercial da Oceanair e não fazia parte da Avianca Holdings S.A, teve sua falência decretada em 2020 em virtude de uma dívida bilionária.
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