A OMS (Organização Mundial da Saúde) atualizou nesta quarta-feira (13) as recomendações de remédios para tratamento da Covid-19. Segundo a organização, o antidepressivo fluvoxamina e o anti-inflamatório colchicina não devem ser utilizados em pacientes que não tenham um quadro grave da doença.
As orientações da OMS de medicamentos para a Covid-19 são feitas por um conjunto de pesquisadores que compõem o Grupo para Desenvolvimento de Diretrizes (GDG, na sigla em inglês). Eles analisam pesquisas publicadas anteriormente para chegar às conclusões.
A fluvoxamina já era pesquisada para o tratamento contra a Covid-19. A OMS considerou três estudos para embasar sua recomendação. Entre esses, há um artigo brasileiro que consta como a maior investigação sobre a eficácia do medicamento para a doença. O estudo concluiu que o antidepressivo esteve associado à redução de cinco pontos percentuais nas hospitalizações de pacientes com a doença.
Para a OMS, no entanto, as evidências sobre a eficácia do remédio ainda são pequenas. Também faltam informações sobre o mecanismo do remédio que explicaria a diminuição da gravidade da Covid-19 nos pacientes que utilizassem a fluvoxamina. A falta de dados sobre efeitos adversos também foi um ponto levantado na recomendação da organização.
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Com a atualização, a OMS não recomenda o uso do medicamento em pacientes com quadros leves e moderados da Covid-19. A exceção seria a utilização do fármaco nesses pacientes em contextos de estudos clínicos para pesquisar os possíveis efeitos do remédio.
Segundo a organização, a orientação é um indicativo de que é necessário novas evidências que demonstrem a eficácia da fluvoxamina –ou seja, a recomendação pode mudar no futuro. Um ponto ainda em aberto, por exemplo, é identificar os efeitos do remédio em pacientes que não têm um quadro grave de Covid-19, mas correm o risco de piorar.
O anti-inflamatório colchicina também não teve recomendação favorável para tratamento de pacientes sem um quadro grave da Covid-19. Para sua decisão, a OMS observou dez estudos prévios que avaliaram os efeitos do remédio para o tratamento da doença.
A organização afirma não haver evidências suficientes para indicar a eficácia do remédio em reduzir hospitalizações, mortalidade e necessidade de ventilação mecânica. Também foi ressaltado que o padrão tóxico do medicamento pode ser fatal para alguns pacientes.
Diferente da fluvoxamina, é muito improvável que novos estudos cheguem à conclusão de um efeito positivo da colchicina para a Covid, diz a OMS. A organização, inclusive, aponta que a decisão contrária ao remédio é uma recomendação forte -categoria não destinada à fluvoxamina.
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