A craniopagia é uma condição rara no mundo inteiro. É caracterizada quando duas crianças (irmãos gêmeos) nascem unidas (grudadas) pelo crânio. As chances disto acontecer é de uma em cada 2,5 milhões de bebes nascidos, estima a ciência.
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Esta semana, a separação dos gêmeos Arthur e Matheus, que nasceram unidos pela cabeça, tornou-se conhecida no mundo inteiro graças ao sucesso das cirurgias, estudos e procedimentos feitos para garantir a separação dos irmãos.
Detalhe: todas as nove cirurgias feitas foram custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e acompanhadas pelo especialista britânico Owasi Jeelani que deu assistência a equipe do neurocirurgião Gabriel Mufarrej. Todo o processo levou quatro anos.
O atendimento dos meninos foi no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, que, a partir de agora, é uma referência na América Latina para futuras cirurgias de separação de gêmeos unidos pelo crânio.
Os pais dos meninos, Adriely Lima e Antonio Alves Batista, já tinham duas filhas antes dos gêmeos. Eles perceberam que havia algo errado com os meninos durante o pré-natal, por meio do exame de ultrassom.
"Eles falaram que era uma coisa estranha. Uma cabeça com dois corpos", contou Batista, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Segundo os médicos, Arthur e Bernardo compartilhavam cerca de 15% de seus cérebros e dividiam também uma veia extremamente importante, que conduzia o sangue de retorno aos corações dos dois.
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A primeira cirurgia era de alto risco. As demais foram realizadas com intervalos de três a quatro meses para que os médicos pudessem desconectar, aos poucos, a veia do cérebro de um dos irmãos e, ao mesmo tempo, aguardar o tempo necessário para que o cérebro pudesse recompor as veias do sistema circulatório.
Os especialistas criaram modelos dos cérebros das crianças em 3D para poder estudar os caminhos a serem percorridos para separar os gêmeos.
"Eles já passaram por tanta coisa, já sofreram tanto. Eles são muito guerreiros. Nosso coração é só gratidão", disse a mãe dos gêmeos.
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