O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proibiu nesta segunda-feira (17) que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) use um vídeo que insinua que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o surgimento da Covid-19. A decisão é do ministro Alexandre de Moraes.
Em 2020, Lula disse que "ainda bem que a natureza" criou o "monstro chamado coronavírus". "Esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises".
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No dia seguinte, ele se desculpou pela frase. "Eu, na verdade, se tivesse falando 'infelizmente', em vez de 'ainda bem'... Tentei usar uma palavra para explicar, que no menosprezado SUS, é no auge da crise que a gente começa a descobrir a importância da instituição. Eu utilizei uma frase totalmente infeliz que não cabia", afirmou o ex-presidente.
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No processo, a defesa do candidato petista argumentou que a fala estava descontextualizada. "A peça publicitária traz a ideia de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria desprezo pela vida humana ao descontextualizar uma de suas falas sobre a criação do Coronavírus, passando a ideia de que ele estaria 'agradecendo' a criação da pandemia".
Moraes concordou com o argumento. "A divulgação de fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização, parece ser suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa".
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Além disso, o magistrado diz que a propaganda dá a entender que Lula "despreza a vida humana". "A propaganda se descola da realidade, por meio de inverdades, fazendo uso de falas gravemente descontextualizadas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, com o intuito de induzir o eleitorado à crença de que o candidato despreza a vida humana".
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