Lula diz que a Amazônia falou ao mundo sobre o que precisa

No último dia da programação da Cúpula da Amazônia, realizada desde terça-feira, 8, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço dos encontros com chefes de Estado brasileiros e dos países amazônicos realizados nos últimos dias, leu um comunicado à imprensa e deu um ultimato ao mundo: para manter a floresta viva, é preciso ter dinheiro para garantir dignidade daqueles que nela moram.

“É muito importante o que aconteceu aqui nesses dias, desde o sábado (5), com a participação inédita e extraordinária do movimento popular nos Diálogos Amazônicos, pela capacidade de discussão de propostas feitas por um grupo que muitas vezes passa como anônimo porque não é visto, e que aqui demonstrou extraordinária competência de debater a Amazônia e suas soluções”, reconheceu o mandatário da República.

Lula celebrou a oportunidade de reunir presidentes amazônicos para, pela primeira vez, discutir saída conjunta e reforçar que não são os países que precisam de financiamento, e sim a natureza. “O desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, e agora precisamos recompor o que foi estragado”, justificou.

Por fim, o presidente afirmou que a Cúpula da Amazônia serviu para a Amazônia falar ao mundo sobre o que precisa. E ainda que vai ampliar a presença da Polícia Federal (PF) nas fronteiras e pedir apoio das forças armadas dos países latinos para aumentar a segurança nessas áreas e ter condições de enfrentamento ao crime organizado.

“Não aceitaremos mais ficar criando teses que não sejam colocadas em prática. Nós vamos à COP 28 com o objetivo de dizer ao mundo rico que se quiserem preservar o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, estudar, comer, passear, viver decentemente. É cuidando desse povo que vamos cuidar da floresta. As terras mais preservadas são as indígenas, já temos fiscais naturais. É só respeitar e garantir condições de vida”, finalizou.